Depressão ou Tristeza?

Por Francisco Ometto | 18/09/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Por Júnior Ometto

Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou os resultados da maior revisão mundial sobre saúde mental feita desde o início do século. São informações imprescindíveis para um novo planejamento dos governos, da classe acadêmica, da sociedade em geral e dos profissionais da saúde, além de outros que queiram apoiar esta causa. Alguns dados da revisão: em 2019, quase um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno da mente. Uma em cada 100 mortes foi por suicídio e quase 60% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade. Os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade. Pessoas com problemas ligados à saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral.
Apesar de tantas estatísticas assustadoras, há ainda muita falta de informação, além de preconceito sobre o tema. É comum pessoas dizerem que depressão é “frescura”, dentre tantos outros absurdos. Depressão, como qualquer outro problema emocional, é coisa séria, que merece um olhar responsável de toda a sociedade e uma mudança de postura sobre o tema.
Muitos confundem tristeza com depressão. Explico. Tristeza ocorre após algo ruim que aconteceu com você e você sabe o motivo, entretanto, ela não dura muito (em média duas semanas) e você consegue reagir, ou seja, ela não “permanece” em você. A depressão, por sua vez, vem de uma tristeza mais profunda, que “permanece”. Isto faz com que a pessoa não consiga reagir e sair da situação. Na maioria dos casos, o depressivo nem sabe o motivo que está desencadeando seu estado.
São vários os graus que medem a depressão, indo do mais leve ao mais complexo, com várias características peculiares a cada um. O depressivo não se valoriza, sente-se incompetente e culpado. Não tem sonhos nem o mesmo prazer que tinha em realizar atividades. Não tem motivação para produzir, se divertir ou criar. Pode ter dificuldade em dormir e facilidade em adquirir vícios. Importante lembrar que a não superação deste quadro e seu consequente agravamento são fatores determinantes do suicídio.
Em função de serem muitos os sintomas - que podem até se confundir com outras doenças - é imprescindível o acompanhamento e a avaliação de um profissional habilitado, para que se chegue ao diagnóstico correto.
Existem muitas causas para a depressão, como baixa autoestima, traumas de infância ou atuais (especialmente abusos sexuais e por intimidação), hereditariedade, alcoolismo, drogas, transtorno de ansiedade generalizada, problemas de aceitação (até de cunho sexual), dificuldades de relacionamento, bipolaridade, envolvimento em situações difíceis, reação aos acontecimentos negativos, perdas, doenças, além de frustrações, mágoas e outros sentimentos negativos e não resolvidos.
Como eu sempre defendo, a solução deve ser buscada na raiz, dentro da própria pessoa, buscando ajuda. Os transtornos mentais estão se proliferando pelo mundo e acometendo qualquer tipo de pessoa. A depressão é uma delas. A maioria tem dificuldade em assumir o problema e isso só agrava a situação. Se você sofre de algum transtorno mental, empenhe-se em superar qualquer receio de procurar ajuda profissional.
Lembre-se de que Deus nos presenteou com o dom da vida e podemos sim vivê-la em toda sua plenitude e beleza.
“Algo só é impossível até que alguém duvide e resolva provar o contrário”. (Albert Einstein).
Prove a você mesmo que você merece e pode ser feliz!

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