Preconceito: saruê, o gambá brasileiro, é a principal vítima dos humanos, diz protetora

Por Laís Seguin |
| Tempo de leitura: 2 min

Daniela Sérgio destaca que essas espécies são essenciais para o ecossistema

No reino animal, o preconceito não é uma exclusividade apenas dos seres humanos, enquanto vítimas. Outras espécies sentem na pele e são julgadas e condenadas antes de ser conhecidas. A protetora Daniela Sérgio, moradora em Rio das Pedras, tem a tutela de 71 animais. “Entre os normais, alguns gambás”, destaca a protetora com um sorriso. Segundo Daniela, há cerca de três anos, ela adotou uma mamãe gambá muito machucada. “Ela levou várias pauladas nas costas e carregava um bebê. Foi levada ao veterinário, mas não resistiu. E assim começa a minha história. Tive que aprender a cuidar do bebê que era muito pequeno. No começo tratamos na seringa, e logo ele foi crescendo. E com isso foi crescendo o meu amor por esses animais incríveis. Desde então, nunca mais parei, resgatamos gambás por toda região. Filhotes, adultos, machucados, mamães”, contou.

Daniela disse que todos que conseguem se reabilitar são soltos em matas afastadas da cidade. “Fizemos um viveiro todo trabalhado para a reabilitação e introdução à natureza. E quando não há reabilitação, cuidamos com muito amor e carinho. São aqueles que chegam muito bebês, temos um contato muito grande e ficam impossibilitados de serem soltos na natureza, pois não saberiam sobreviver”, explicou acrescentando que há aqueles que perdem parte do corpo, como pernas, rabo ou ficam paraplégicos.

“Mas meu intuito maior, é conscientizar as pessoas de que gambás não são ratos, não transmitem doenças como muitos dizem. Não transmitem raiva, pois a temperatura corporal deles é muito baixa. Eles estão se tornando animais cada vez mais visíveis nas cidades, muito próximo ao seres humanos. Não o julgue como uma praga, eles são excelentes animais para eliminar pragas do seu quintal, tipo, carrapatos, escorpiões, cobras”, defendeu. Segundo a protetora a partir de agosto e até meados de fevereiro, eles estão em época de acasalamento e nascimento dos filhotes, nessa época, as fêmeas ficam muito lentas por conta do peso, por carregar seus filhotes( cerca de oito a 12). “Não precisa gostar, concordar. Mas imagina que ele apareceu para deixar o seu quintal mais limpo, às vezes de alguns insetos ou animais perigosos para seu filho”, alertou.

A também protetora Thaty Freitas destaca o trabalho feito por Daniela na defesa dos gambás. “Dani realiza um trabalho incrível, já fizemos diversos resgates juntas e essas informações sobre os gambás precisa chegar para a sociedade”, destacou.

Beto Silva
beto.silva@jpjornal.com.br

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Comentários

1 Comentários

  • Victor 02/02/2024
    Segundo o Ministério da Saúde, qualquer mamífero pode transmitir a Raiva.