255 anos de Piracicaba e perda de poder político

Por Érica Gorga | 02/08/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Por Erica Gorga

Fundada em 1767 às margens do rio, Piracicaba completa nesta segunda-feira 255 anos. É orgulho dos piracicabanos por suas belezas naturais, pelo rio que lhe deu o nome e por sua gente hospitaleira.

Este aniversário é comemorado numa época importante para o destino de todos os brasileiros, em especial os piracicabanos, pois em agosto começa o período regulamentar de campanhas eleitorais para as eleições de 2022, quando serão escolhidos o próximo presidente, governadores, deputados federais e deputados estaduais.

É o primeiro aniversário de Piracicaba desde o novo status de cidade líder de região metropolitana, que foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em 18/08/2021 por meio da Lei Complementar 22/2021. A Região Metropolitana de Piracicaba congrega nada menos que 24 municípios: Águas de São Pedro, Analândia, Araras, Capivari, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Elias Fausto, Ipeúna, Iracemápolis, Leme, Limeira, Mombuca, Piracicaba, Pirassununga, Rafard, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Cruz da Conceição, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São Pedro.

Ocorre que, ao mesmo tempo em que cresceu sua importância econômica, Piracicaba perdeu enormemente em termos de força política. Hoje nossa cidade não tem nenhuma representação política na Câmara Federal brasileira, estando alijada das importantes discussões políticas ali travadas e que impactam diretamente a vida dos piracicabanos.

Piracicaba, no passado, já chegou a ser representada concomitantemente por três deputados federais na Câmara dos Deputados, na época da eleição de João Herrmann Neto, José Machado e Antonio Carlos Mendes Thame, em 1998. Vinte anos depois do término do mandato dos três deputados em 2002, hoje, em 2022, apesar de aumento significativo no número de habitantes e eleitores, Piracicaba não conta com nenhuma representatividade política em Brasília.

Atualmente Piracicaba tem com cerca de 410 mil habitantes e 307 mil eleitores. Como é possível que cidade desse porte e importância regional, agora líder de região metropolitana, continue sem participar dos debates de impacto nacional?

Essa realidade é particularmente dura e entristecedora quando lembramos que Piracicaba já produziu lideranças políticas de grande envergadura. Tal é o caso do grande Prudente de Moraes, o primeiro presidente civil do Brasil, que residia na casa histórica que se tornou o Museu Histórico e Pedagógico de Prudente de Moraes, localizado na rua Santo Antônio, próximo à praça central José Bonifácio. Em agosto, o museu completa 65 anos de história. Assim, Piracicaba já foi palco de efervescência política, encontros e reuniões que mudaram e delinearam a história do Brasil.

Com grande força no agronegócio, no setor comercial e de serviços, com indústrias instaladas na cidade, sendo centro educacional e cultural importante, com escolas, universidades de renome, atividades artísticas e centro médico que atende demandas de toda a região, Piracicaba necessita ter seus interesses representados no centro de decisões políticas do país.

Urge que o eleitorado e os líderes piracicabanos se unam para viabilizar a representação da cidade no Congresso Nacional. Em seu 255o aniversário, o que Piracicaba precisa é recuperar o poder político que perdeu. Em termos de representação política, Piracicaba precisa voltar a ser grande novamente!

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