Revisão do reajuste das tarifas de pedágio

Por Gilmar Rotta | 09/06/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Embora contratualmente previstos prazo e índice de correção das tarifas de pedágio no entorno do município de Piracicaba, a notícia de reajuste de 12,1% foi recebida de forma muito sofrida pelos usuários da rodovia, sobretudo os que dela fazem uso diário para trabalhar.
Contudo, se já está difícil para quem tem uma renda regular do trabalho, cabe a nós também a sensibilidade pelos que infelizmente entraram para a estatística do crescimento da vulnerabilidade social. Ocorre que, por conta de custos crescentes de transportes (também influenciados por pedágios), o peso do frete é cada vez maior no custo final dos alimentos, prejudicando famílias que lutam pela subsistência.
De certa forma, toda a justiça que imaginávamos em torno de uma tarifa pelo estrito uso da rodovia pode ser questionada por se tornar quase uma espécie de imposto aos que indiretamente pagam cada vez mais pelo pedágio, mesmo quando sequer usam da imponente malha rodoviária. É uma questão também social.
Por isso é que a Câmara Municipal de Piracicaba aprovou Moção de minha autoria, apelando ao Governador Rodrigo Garcia pela revisão do reajuste tarifário, infelizmente já em curso.
Nosso pedido não está amparado em excentricidade ou em reprovável desrespeito a contratos, mas, sim, no reconhecimento da nítida situação de exceção. A mais recente leitura de 12 meses acumulados do índice oficial da inflação brasileira, IPCA, de 12,13%, é a maior da série histórica anual desde o início do programa estadual de concessão de rodovias, em 1998, e ainda vem seguida do segundo pior fechamento, que foi o ano completo de 2021.
Junto com a estagnação da renda, são fatores que destroem poder de compra das famílias e se mostram ainda mais graves diante da expressiva variação de custos com transporte.
Daí entendemos que se não for possível acionar algum mecanismo contratual compatível com tal exceção, em último caso, vale pensar até num subsídio pontual garantido pelo alto nível de arrecadação do Governo do Estado. Só não é possível deixar que a conta seja suportada por quem não pode mais.
Para conferir força ao pedido, na condição de Presidente do Parlamento Metropolitano de Piracicaba, mobilizei as 24 Câmaras Municipais integrantes do colegiado no sentido de estimular aprovação a semelhante instrumento em cada município.
Mas não é só. No Parlamento também submeteremos à aprovação uma Moção em caráter regional para somar às das Câmaras Parte.
Além de todos os fatores já elencados, destacaremos o entrave ao desenvolvimento regional. Dentre os demais agrupamentos, nossa Região Metropolitana de Piracicaba é quase exceção em termos de integração regional, com municípios separados por vastas áreas rurais, sem qualquer conurbação, prejudicando consumo de massa.
Logo, o reajuste anunciado está exatamente na contramão do que precisamos para construir um caminho que acelere nossa integração. É um verdadeiro contrassenso ao raciocínio metropolitano, que nem um ano de existência ainda pudemos comemorar.
Para atenuar tantos efeitos prejudiciais aos cidadãos, pagadores de impostos, bem como para evitar possível precarização ao desenvolvimento regional (do qual sou declarado entusiasta), é que estou buscando mobilização de grande peso para chegar onde é necessário.

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