A mulher no mercado de trabalho da rmp

Por Gilmar Rotta |
| Tempo de leitura: 2 min

Na jovem Região Metropolitana de Piracicaba (RMP) o diagnóstico é essencial à assertividade nas políticas públicas ao conjunto de municípios, repleto de particularidades e recentemente integrado.
O Parlamento Metropolitano, que tenho a honra de presidir, compreendeu tal necessidade e fez dos estudos técnicos e dos trabalhos em Comissões uma fonte para disseminação de conhecimentos em prol do desenvolvimento regional.
Reconhecendo a limitação por abrangência do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mas contando com sua rapidez de divulgação dos dados regionais de empregos formais, utilizei este recurso para apresentar na reunião temática do último dia 24 um panorama do emprego na região. Os dados se referiam ao conjunto dos municípios, no primeiro trimestre de 2022.
Pudemos reconhecer a força de economia regional ao verificarmos que nossa evolução foi proporcionalmente superior às do país e do Estado em termos de emprego. Enquanto no Brasil houve crescimento de 1,51% na ocupação de postos formais de trabalho, e em São Paulo a alta foi de 1,39%, aqui na RMP o mesmo indicador registrou evolução de 1,63%.
Claro que não podemos afirmar que está tudo bem. O desemprego ainda é tema de maior sensibilidade a ser enfrentado por agentes públicos.
Também verificamos que parte do destaque em empregos pode ser creditada à predominância industrial na área abrangência, já que o segmento tem a maior representatividade, de 39% (ou 167 mil), no total de postos de trabalho formais oferecidos. Por sinal, nossa indústria metropolitana é sempre motivo de orgulho, ao responder por cerca de 35% da economia regional, gerando PIB superior a R$ 22 bilhões e capitaneando os importantes anúncios de investimentos privados.
Porém, possivelmente relacionada à mesma característica industrial, causou surpresa a constatação da disparidade de gênero na ocupação dos novos postos de trabalho. Enquanto no Brasil os homens ocuparam 53% das novas oportunidades, e no Estado o equilíbrio entre gêneros foi perfeito, na RMP 65% das vagas foram preenchidas por homens, restando apenas 35% às mulheres.
Mais preocupante foi a situação de nossa Piracicaba, a metrópole, onde a predominância masculina chegou a 78% das ocupações, reservando apenas 22% ao grupo feminino.
Em demonstração de produtividade da reunião e rapidez de resposta, sob minha provocação, a Comissão das Mulheres do Parlamento Metropolitano prontamente aceitou ampliar o debate à questão para oferecer alternativas de políticas públicas. Afinal, dentre tantos outros problemas, deparamo-nos com um obstáculo regional às carreiras femininas pela via do emprego formal.
Como há muito tempo as mulheres vêm provando que podem estar profissionalmente onde bem entenderem, e que o próprio avanço tecnológico incorporado aos processos produtivos reduz significativamente a necessidade por características de força física mais comum ao homens, já podemos prever que a aposta em qualificação profissional pode mitigar a disparidade local.
Por fim, apresentando credenciais ao engajamento, gosto de citar que na Câmara Municipal de Piracicaba, também por mim presidida, quase 90% dos cargos de Chefia de Departamento e de Setor são ocupados por mulheres, todas servidoras de carreira, concursadas.

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