O que nos motiva e impulsiona

Por André Sallum | 20/05/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Qualquer ação humana, a fim de que se realize, provém de algum impulso ou motivação, consciente ou não, interior ou provindo do mundo externo. Somo sujeitos a diversas forças, de múltiplas origens, sem nos darmos conta de muitas delas, embora influenciem nosso pensar, sentir e agir.
Fatores externos diversos, positivos como negativos, planejados ou imprevistos, podem nos levar a tomar certas atitudes ou nos forçar a alterar o rumo dos nossos passos. Por exemplo, diante de uma doença grave de um filho, os pais redefinem prioridades, mudam a rotina, empenham-se em diferentes procedimentos para seu tratamento, desdobram-se em dedicação, sacrificam desejos, interesses e ocupações menos importantes, priorizando o bem estar de quem está sob os seus cuidados.
Os impulsos internos podem ser de natureza benéfica ou maléfica. São benéficos quando frutos do amadurecimento interior e de reflexão, resultantes de orar e meditar, quando então se pode ouvir mais claramente a consciência e a intuição. As motivações interiores podem ser positivas, desde que provindas do mais profundo do ser, de onde brotam as qualidades anímicas essenciais, as quais se manifestam em cada um segundo seu nível de consciência.
Qualquer mudança motivada por maturação interior, por uma tomada de consciência, por uma compreensão mais profunda da vida, produz efeitos benéficos e curativos, o que é muto diferente de aparentes mudanças induzidas por conveniências, convenções, oportunismos, temores, ambições ou interesses egocêntricos, tanto quanto por condicionamentos, pressões ou constrangimentos provindos de fontes exteriores.
Os impulsos oriundos da essência do ser, embora muitas vezes possam ser imperceptíveis aos olhares menos atentos, podem se fazer sentir externamente como mudanças profissionais, de filosofia de vida, de hábitos, libertação de vícios, de condicionamentos e preconceitos, de temores e de crenças limitantes, abrindo novas perspectivas existenciais. Impulsos e motivações podem provir de uma leitura, de um encontro, de uma reflexão, de uma experiência compartilhada, de uma dor, de uma perda ou de uma conquista.
Uma revelação de natureza espiritual – por meio de um texto inspirador, através de uma instrução elevada, por um sonho ou por uma experiência de vida – pode despertar novas possibilidades, abrir novas perspectivas e indicar novos caminhos. Isso pode se dar no contato com circunstâncias externas, assim como em um mergulho interior, quando se colhe do infinito manancial da vida impulsos, forças e energias para as necessárias transformações que fazem parte do processo evolutivo.
Podemos ser impulsionados pelo amor ou pela dor, por convites amorosos e sutis que a vida nos endereça ou pelas rudes e dolorosas experiências que nos constrangem a mudar. As próprias situações podem ser consideradas positivas ou negativas, a depender de quem as experiencia. Um desafio que para alguém pode ser ameaçador e paralisante, para outro pode ser estímulo a novas conquistas e realizações. Isso demonstra que o estado de consciência de cada um e os consequentes valores em que se baseiam é que determinam o significado de cada circunstância ou experiência. Por isso pensamos ser fundamental aprimorarmos e educarmos nossas percepções e concepções, a fim de que possamos nos utilizar das experiências não mais como justificativas para nossas imperfeições nem como reforço ao nosso vitimismo, mas como úteis ferramentas e valiosos impulsos evolutivos.

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