Clima

Por José Faganello | 11/05/2022 | Tempo de leitura: 2 min

“Prefiro o paraíso pelo clima e o inferno pela companhia”. (Mark Twain)

Os vocábulos podem abranger muitos significados, clima, por exemplo, significa conjunto dos fenômenos metereológicos que caracterizam durante um longo período o estado médio da atmosfera e sua evolução num determinado lugar. Figurativamente, é usado também para definir a atmosfera moral, a situação de um ambiente, se é de concórdia ou de discórdia. Há, inclusive, uma expressão, acredito intraduzível em outras paragens: “Pintar um clima”, que se usa em casos como: “Somos amigos, mas está pintando um clima entre nós”, ou seja, uma atração mais forte, uma paixão. Em se tratando do conceito geográfico, os tipos climáticos são determinados por dois fatores essenciais: latitude e altitude. Resumidamente, quanto maior for a latitude, proximidade dos pólos, menor será a temperatura, quanto menor a latitude, faixa intertropical, maior é a temperatura; em relação a altitude, quanto mais alta, menor é a temperatura, mais baixa, maior o calor. O alemão Friedrich Ratzel, em sua obra “Antropogeografia, fundamentos da aplicação da geografia à história”, desenvolveu o conceito do determinismo geográfico. Esse conceito sustenta a tese de que o meio ambiente define a fisiologia e a psicologia humana, portanto, o homem é muito influenciado pela natureza que o envolve. Seus discípulos passaram a defender a teoria de que um meio natural mais hostil proporcionaria um maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de organização social para suportar todos os obstáculos impostos pela natureza (principalmente os rigores do inverno). Essa era a explicação que deram para o desenvolvimento das sociedades européias, que tiveram grande facilidade em subjugar os povos dos trópicos, tidos por eles como mais indolentes e atrasados, devido ao clima mais ameno e a ausência dos rigores glaciais. Não tenho espaço para demonstrar que não é bem assim e não é meu intento me alongar nesse tema. Veio-me a idéia de escrever sobre ele, ao ouvir os reclamos dos cronistas esportivos contra o frio que os castiga na, Copa na África do Sul. Ao ouvir os reclamos contra o frio e o vento gelado que afetava as gargantas dos repórteres, fui dar uma espiada na teoria de Ratzel, pois a África do Sul é o país mais desenvolvido do continente e por isso escolhido como sede da Copa de 2010. Esse continente, que contribuiu para a acumulação da riqueza dos países europeus, além de ter milhões de seus filhos levados para trabalhar como escravos nas minas e nas fazendas da América, demonstra estar lutando para também ele alcançar um lugar de destaque. A África abriga 53 países independentes, metade dos quais com menos de cinco milhões de habitantes, além da diversidade de idiomas (mais de três mil), de religiões, de grupos tribais, a dificultar sua governabilidade. Sem dúvida, esse evento esportivo ajudou muito diminuindo a desunião do continente, estimulando o desejo de superação e angariando um novo modo de ser avaliado.

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