Sexualidade Humana: um estudo necessário (Parte I)

Por Luiz Xavier | 26/04/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Estudar a sexualidade humana nos dias de hoje é imprescindível para que possamos atuar através de uma orientação adequada nas áreas de saúde e educação. Pensar em orientar para a sexualidade hoje é uma necessidade social. Não há como compreender o comportamento atual de um sujeito sem referendar como se processou seu desenvolvimento psicossexual desde o seu nascimento e sua inserção sócio cultural. É essa reflexão que trago hoje retirado da fala da psicóloga e terapeuta sexual Arlete Gavranic. Acompanhem:
 
“É fato notório que nas últimas décadas importantes mudanças aconteceram no contexto social, tais como o grande desenvolvimento dos meios de comunicação de massa e, particularmente, da televisão, o que acabou resultando nas transformações culturais ocorridas já na década de 50, posteriormente ampliadas nas décadas de 60 e 70, e que afetaram diretamente a relação das pessoas com a sexualidade. Nessa direção, a pílula anticoncepcional surgiu como uma possibilidade das pessoas poderem viver uma sexualidade pré-conjugal com menor risco de uma gravidez indesejada, o que possibilitou a mulher  à possibilidade de investir mais nos estudos e, a partir daí, deu-se um grande crescimento na frequência de entrada destas mulheres nas  universidades e, consequentemente, a conquista de um espaço no mercado de trabalho, mudanças essas que suscitaram, e que ainda hoje exercem uma função provocativa, a necessidade de se rever os papéis sexuais e muitos dos preconceitos ainda hoje vividos nesta direção.
 
Tivemos a aprovação da lei do divórcio em 1977, que embora tenha encontrado grande resistência de aceitação social principalmente entre as famílias mais religiosas, trouxe, sem dúvida alguma, mais uma mudança de padrão comportamental para a sociedade e para a instituição do casamento, tido até então como o espaço reservado para a vivência socialmente aprovada da sexualidade humana.
 
Embora esteja se falando da revolução cultural que vem ocorrendo nas últimas quatro décadas, e que acaba por difundir as informações numa grande velocidade, pois conta com o desenvolvimento da informática ocorrido no mesmo período, encontramos também, o exercício da sexualidade sendo abordado em toda grande imprensa levando à população uma enorme quantidade de informações e imagens, que infelizmente, acabam muitas vezes atreladas ao sensacionalismo, que abusa do erotismo, e acaba por reduzir a sexualidade à genitalidade.
 
As pesquisas sobre iniciação sexual mais recentes apontam que esta ocorre cada vez mais precocemente, em média entre 13 e 15 anos. A questão que nos chama atenção não se restringe à idade, mas aos índices crescentes de consequências desastrosas do exercício da sexualidade sem orientação adequada.
 
No Brasil, embora não existam estatísticas globais, dados do IBGE-2000 contabilizam cerca de 600 mil partos adolescentes por ano, aos quais podemos estimar um acréscimo mínimo de outras 500 mil gestações que terminam em abortamento provocado, que terão como consequência sequelas físicas, que podem variar de uma infecção até a morte, além de problemas emocionais que podem se manifestar em maior ou menor intensidade.

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