China

Por José Faganello | 20/04/2022 | Tempo de leitura: 3 min

“Privativa dos antípodas/ é a verdadeira China/ que os chineses desconhecem/ imaginando em nós. Ó China, sonho secreto/ que entre muralhas guardamos.” (LEDO IVO).

A China, desde a Idade Média, provocou grande curiosidade nas mentes ocidentais. De lá vinham muitas das indispensáveis especiarias, aliás, a rota da seda já era conhecida e usada pelos mercadores greco-romanos. Estado imenso, maior do que o Brasil, em área, tem uma história repleta de altos e baixos. As guerras entre os vários reinos, as muitas unificações desses reinos, em Império e posterior pulverização em pequenos reinos, as invasões dos hunos, dos mongóis, dos tártaros e as lutas dinásticas, provocaram nesta parte do planeta períodos de esplendor e de decadência. Quando a Europa ainda engatinhava em seu desenvolvimento cultural e técnico, a China ostentava pujante civilização, embora sua história, repleta de sangrentas lutas e de tragédias naturais (terremotos, enchentes e prolongadas secas), provocasse períodos de obscurantismo. O mundo deve aos chineses, invenções fundamentais: o papel, a bússola e a pólvora; esta pasme, eles não usavam para a guerra, mas para os fogos de artifício. A Europa, no entanto, conseguiu superar o desenvolvimento tecnológico chinês e derrota-los na guerra do ópio (guerra para garantir que os comerciantes europeus mantivessem a venda do ópio proibida pelo imperador), além de se apossarem de Hong-Kong e Xangai. Após o governo de Cubilai, notável administrador, em cujo reinado, primeiramente o pai e o tio de Marco Polo, depois ele próprio, estiveram visitando a China, isto foi possível, porque a China sofreu um período de grande instabilidade política e de ataques estrangeiros: japoneses, ingleses, franceses, depois houve a proclamação da República, a tomada do poder pelos comunistas, mediante sangrentas lutas e terríveis expurgos. Em contrapartida, a Europa, na baixa Idade Média, aproveitou-se de um período mais pacífico do que as invasões bárbaras da Alta Idade Média, para dar início à formação de Estados Nacionais. Foram deles que se originaram as grandes navegações marítimas, expandindo o domínio europeu, seguindo-se a Revolução Industrial que consolidou o capitalismo, criou novas tecnologias, inclusive a bélica que lhes deu supremacia nas armas. Os relatos sobre o sofrimento da maior parte da população chinesa são terrificantes. Foi a fome em grau extremado que implantou na cultura chinesa o hábito de comidas exóticas, para nós repelentes, como escorpiões, serpentes e cachorros. Apesar disso, sua população representa hoje, quase um terço da humanidade. No tempo da guerra fria, entre os que temiam o comunismo e um possível domínio russo sobre o Ocidente corria essa piada maldosa para com os chineses: “os prevenidos do ocidente dividem-se em duas categorias – os otimistas que estão tendo aula do idioma russo; os pessimistas que se dedicam ao chinês (mandarim)

A China é um apetitoso e cobiçado mercado consumidor.

Ter um país de tal porte e com o atual desenvolvimento como inimigo é loucura.

O que não entendo é o Brasil comprar artefatos para debelar o Covid-19 como testes da Coréia e respiradores através de importadoras que fazem contratos com preços estratosféricos.
Aprendi, desde pequeno que o governo deve dar prioridade para a saúde, educação e segurança. Nenhum deles, até agora, fizeram, principalmente os últimos.

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