A greve do funcionalismo e os papeis da Câmara

Por Gilmar Rotta | 14/04/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Ainda não finalizado em sua fase jurídica, mas na expectativa de um consenso, o movimento de greve deflagrado pelos servidores públicos municipais de Piracicaba levanta questões que merecem atenção. Foi fundamental para dar visibilidade a uma série de situações represadas nos últimos anos, seja pela ausência de uma política de valorização dos servidores, seja pela pandemia, cuja necessidade de gerenciamento absorveu quase toda a atenção da gestão.
Na Câmara Municipal, há quase quatro anos, tomamos a decisão de mergulhar na vida dos servidores, tanto no aspecto do ambiente de trabalho quanto na questão administrativa. Tomamos como meta entender todos os processos acumulados ao longo dos anos. E mais, de compartilhar com eles mesmos a responsabilidade das principais decisões e projetos de gestão.
A não renovação de servidores via concurso público, até a ocupação de funções de forma equivocada, eram pontos críticos que, ou enfrentávamos, ou seríamos mais um grupo gestor a acumular e empurrar para o futuro situações que poderiam não mais ter solução. Entre elas, por exemplo, risco de não olhar para o orçamento da Casa de forma planejada, antecipando as necessidades do futuro de um Poder Legislativo que, hoje, tem a inovação e a tecnologia como ferramentas para incrementar mais e ano a ano a participação popular.
Trazer estes exemplos para o contexto do papeis que a Câmara exerce neste momento de conflito é também uma forma de contribuição do Legislativo ao Executivo, colocando a Casa à disposição para discussões, projetos, adequações que se façam necessárias e que atendam às necessidades de ambas as partes, administração e servidores. Claro, tendo como prioridade o interesse público.
Olhar para trás e apontar erros que trouxeram a situação até o momento é o caminho mais simples para a situação. O gestor quando se dispõe ao cargo eletivo, supõem-se, o faça também tendo claros seus cálculos políticos e as perdas dos servidores ao longo dos últimos anos é um destes problemas que, imagina-se, estava claro.
Além da disposição e obrigação da Câmara quanto a estas discussões, outro papel fundamental que exerceu através da Mesa Diretora, Presidência e colegiado de vereadores foi o respeito aos seus próprios servidores. Parte optou pela participação da greve, parte não. Mas o que na Câmara não aconteceu em partes foi garantir a todos o direito de estar integrados aos demais servidores, em busca do que acreditam como causa a ser buscada.
E nestes vários papeis desempenhados pelo Legislativo de Piracicaba, em plena atividade e agora de forma totalmente presencial (finalmente!) é que reafirmamos mais um compromisso com a sociedade: a de administrar a Casa de forma transparente e com zelo ao erário; administrar a política com respeito às diversidades de ideias e comportamentos; inserir a Câmara nos movimentos da sociedade de forma a cumprir com exatidão seu papel institucional e político.
Já há alguns anos sabemos que, se com respeito e responsabilidade lidamos com as situações, com respeito as situações se colocam diante da Câmara. Que assim seja em toda as esferas da administração da nossa cidade, pois é o caminho para que toda decisão seja a mais acertada possível.

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