O último capítulo de uma triste novela. Assim é o suicídio. Em minhas palestras, aulas, cursos e atendimentos, costumo usar esta frase para alertar que o suicídio não acontece de uma hora para outra. Ele persegue um longo caminho até chegar ao seu desfecho e são muitas as causas que podem desenhar sua trajetória, entretanto, o maior problema hoje, sem dúvida, é a falta de conhecimento e conscientização, somados ao preconceito sobre este assunto. Portanto, você e eu podemos fazer muita coisa para evitar que mais pessoas cheguem ao suicídio. Vamos, então, primeiramente, entender melhor o tema de hoje.
Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), temos um suicídio a cada 40 segundos e a cada três segundos alguém atenta contra a própria vida. Só no Brasil, mais de 11 mil casos anualmente e, como temos observado, cresce o número de depressão e suicídio entre os jovens.
Principais fatores de risco para o suicídio: pessoas que já tentaram tirar a própria vida, depressão, problemas amorosos ou familiares, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso ou dependência de outras drogas, bullying, traumas emocionais, esquizofrenia, transtornos de personalidade e diagnósticos de doenças. Existem ainda fatores desencadeantes, como impulsividade, desesperança, ansiedade, isolamento social e falta de um sentido para a vida.
Uma triste realidade, agravada principalmente pelo preconceito e pelo silêncio. Ao contrário do que muitos pensam, é preciso falar sobre suicídio, ao mesmo tempo em que é preciso (também) saber falar sobre este assunto.
Cada ser humano tem seu limite, estrutura emocional e capacidade de enfrentamento. Um problema para determinada pessoa pode ter efeitos catastróficos que – ao mesmo tempo – nem chega a afetar outra pessoa.
Judas Iscariotes, Marilyn Monroe, Van Gogh, Leila Lopes, Getúlio Vargas, Elvis Presley, Elis Regina, Walmor Chagas, Whitney Houston, Robin Williams, Amy Winehouse, Anna Nicole Smith, Elis Regina, etc. A lista é enorme, infelizmente. Citei várias pessoas “famosas”, entretanto, o suicídio não respeita categorias! Você já pensou em se matar? Não se esqueça de que tudo tem um começo, um meio e um fim. É preciso entender que só pelo fato de o pensamento ter existido já pode estar latente a potencial gravidade da situação. Não se entregue ao silêncio. Não se deixe vencer pela falta de conhecimento. Não aceite o preconceito.
Enfim, pensamento, tentativa ou o ato do suicídio revela que a pessoa está enfrentando sentimentos que não está preparada para lidar, e portanto, necessitando de ajuda. É preciso também estar atento a sinais como: mudanças repentinas de humor, agressividade, isolamento e uso de frases que sugerem suicídio e, além de identificar sinais, é fundamental buscar ajuda com um profissional da saúde mental, como um Psicanalista, Psicólogos ou Psiquiatras, para analisar o caso e encontrar as estratégias ideais. Pessoas nesta situação querem viver, porém, não encontram outra saída para acabar com o sofrimento e, muitos, inclusive, já estão praticamente mortos - mesmo sem terem praticado o suicídio!
Para a OMS, “aumentar a conscientização e quebrar o tabu é uma das chaves para alguns países progredirem na luta contra esse tipo de morte”. É preciso, portanto, diálogo aberto e objetivo sobre o assunto. Na grande maioria dos casos, existem indícios que, se descobertos e tratados, podem evitar que uma pessoa chegue ao ponto de tirar a própria vida. Se você sente que está nesta situação ou conhece alguém que esteja, fale, não guarde nada para você, se informe, busque ajuda profissional.
"Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida". (Augusto Cury)
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