Ninguém controla as emoções!

Por Francisco Ometto | 26/03/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Torna-se cada vez mais importante, ainda mais no mundo atual, compreender o tema de hoje, mesmo porque são elas, as emoções, que regulam nossa realidade e a forma como interagimos – conosco e com o mundo.

Inicialmente, é preciso entender que emoção não se controla. Não adianta você dizer, por exemplo, para a raiva: “Nem venha porque não te quero!”. Raiva, medo, alegria e tristeza: você sente, e pronto! As emoções são inconscientes e automáticas. Imagine você andando pela rua e, subitamente, é abordado e assaltado… muita coisa vai acontecer (em menos de 1 segundo), na sua mente e no seu corpo, o que independe da sua vontade. Portanto, o que podemos controlar/gerenciar são os comportamentos, as reações que as emoções provocam. E aí nasce a competência mais importante que um ser humano precisa ter: Inteligência Emocional.

Daniel Goleman (considerado o pai da I.E.), muito tem contribuído para a popularização do que ele mesmo chama de “a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos”.

Nesse contexto, nossa inteligência está subdivida em QI e QE. A primeira é a quantidade de inteligência cognitiva/técnica ou quociente de inteligência. A segunda é a quantidade de Inteligência Emocional, ou quociente emocional. O que está sendo desmistificado a cada dia, é que mesmo sendo “inteligente” (QI), você pode não conseguir gerenciar seus comportamentos, seu “eu”, e aí de nada vai adiantar este QI, fato que se comprova, na esfera profissional, por exemplo, pelo crescente número de demissões de pessoas com alta capacidade técnica/acadêmica e com vários diplomas, porém, detentoras de pouca habilidade emocional, além dos outros desastres psíquicos na vida pessoal e relacional, o que tem tomado os noticiários e alimentado sombrias estatísticas.  

O ser humano tem se tornado cada vez mais escravo de suas emoções. Crenças, traumas, autossabotagem, autoengano. Somos um produto do nosso passado e o autoconhecimento (primeiro pilar da I.E.) tem o poder de iniciar assertivamente a correção da nossa rota. Se você tem dificuldades com isso, não hesite em procurar ajuda profissional.

“Formam-se mais tempestades em nós mesmos que no ar, na terra e nos mares”. (Marquês de Maricá). Mesmo sem perceber, ligamos o piloto automático em nossas vidas e, então, lá se vai o controle dos nossos pensamentos! Pois bem, é exatamente aí que nasce o caos. Colocamos expectativas nos outros e quando eles fazem algo que nos machuca, ficamos magoados e travamos. Aí trocamos, vamos (iludidos) em busca de novos cenários, novas pessoas, novos lugares. Vamos “cobrindo buracos” de nossa existência, num círculo vicioso e autodestrutivo.  
Quanto mais a ciência e a tecnologia avançam, mais pobre emocionalmente e isolado o ser humano está ficando. Quanto mais informação se produz, menos conhecimento e conexão. Enquanto o dinheiro não está trazendo sentido, os prazeres e o consumo que o mundo oferece não estão alimentando a alma. Entretanto, são estes e tantos outros, os “heróis” que cada vez mais tomam o lugar de protagonistas no palco da vida das pessoas, transformando-as em escravas espectadoras.
Ninguém, além de você, deve ter o controle da sua vida. Você é o único responsável pela maneira como se sente. Quando você se apodera destes conceitos, você ganha a chave que altera seu comportamento e o que o externo significa para você, ou seja, você passa a ter o domínio da sua realidade e se blinda de influências negativas ou limitantes.  
Lembre-se: a única coisa entre você e os seus objetivos são os seus pensamentos.  
“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta”. (Carl Jung)

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