A busca da verdade sempre se fez presente na jornada humana, como parte do espírito questionador, e é tão difícil definir a verdade quanto simples compreendê-la. A procura da verdade se realiza em diferentes níveis: na religião, pelas revelações; na ciência, pela pesquisa metódica; na filosofia, pela reflexão crítica. Em um mundo relativo como o nosso, com as limitações inerentes à condição humana, as verdades são igualmente relativas e transitórias, ou aquilo que conseguimos conceber e compreender acerca das mesmas.
O reconhecimento da complexidade e diversidade da vida, bem como da nossa falibilidade e incompletude nos traz a necessária humildade e enseja o respeito aos mais diferentes pontos de vista, modos de pensar e de ser.
Existem meios de se perceber certas verdades que se encontram além da razão. Há experiências diretas de comunhão com níveis profundos da realidade, as quais se dão individualmente, e que, para aqueles que as experimentam, constituem verdades inquestionáveis, embora não transmissíveis aos demais. Um indivíduo que tenha uma experiência interior transformadora pode considerá-la a maior verdade a que tenha tido acesso até então e, a partir daí, mudar o rumo da própria vida. Esse tipo de encontro com a verdade tem feito parte da transformação espiritual de milhares de seres ao longo da história, e inúmeras dessas pessoas foram consideradas sábias e santas, tamanha a repercussão de suas atitudes, condutas e obras.
A compreensão de determinadas leis que regem a vida, as quais são objeto de consideração das religiões e filosofias espiritualistas, pode mudar o modo como percebemos a realidade objetiva, assim como a forma de nos relacionarmos com pessoas, objetos e circunstâncias.
Quando se tem contato com realidades mais profundas e significativas, a hierarquia de valores muda completamente, fazendo com que as referências materiais sejam substituídas por outras, infinitamente mais importantes. Isso certamente se deu com inúmeros mestres e instrutores espirituais, cuja vida rica de ensinamentos e exemplos testemunhou que compreenderam verdades muito além da superficialidade e das ilusões em que ainda vivemos.
Torna-se necessário realizar um permanente trabalho interior a fim de que as parcelas de verdade que percebemos não sejam contaminadas com preconceitos, condicionamentos, crenças e demais conteúdos psíquicos que alteram a nossa percepção da realidade.
A fé, desde que genuína e quando cultivada, permite o acesso a determinadas verdades de natureza transcendente, inacessíveis à mente racional, as quais iluminam e guiam a existência humana, capazes de promover grandes transformações na vida de quem reconhece e aceita sua influência libertadora e curativa.
À medida que se amplia a consciência humana, as fronteiras entre ciência, filosofia e religião tendem a se dissolver e a ser substituídas por pontes. A ciência obviamente é necessária, mas não suficiente, diante das múltiplas dimensões da vida, inatingíveis, ao menos por enquanto, aos seus métodos e instrumentos. Incontáveis fenômenos e realidades continuam inacessíveis a uma abordagem científica, cabendo à filosofia e à religião trazer reflexões e revelações acerca dos mesmos.
Tudo indica que a humanidade caminha para um estado em que a religião seja também científica, que a filosofia seja espiritualista e que a ciência seja guiada pela consciência espiritual, já que a verdade, sendo universal, permeia, de diferentes modos, todas as áreas da vida.
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