Chilena conta história de sua mãe por meio de personagem
As livrarias estão com uma novidade fresquinha: o livro ‘Violeta’, nova novela de Isabel Allende. Pouco antes do início da pandemia da covid-19, a escritora chilena Isabel Allende sofreu uma das maiores perdas de sua vida: a morte de sua mãe. Para enfrentar o baque, ela recorreu à literatura e escreveu Violeta, que chega agora ao Brasil. A trama acompanha os 100 anos de Panchita, mulher nascida em 1920, durante a gripe espanhola, e que morre em 2020, quando o coronavírus se espalhava pelo mundo. Nesse largo período, Isabel parte da narrativa que a avó conta para o neto Camilo e aproveita para iluminar temas distintos, desde feminismo, violações contra os direitos humanos e homossexualidade até aquecimento global e casos amorosos seguidos de infidelidade. No site da Amazon, a edição custa R$ 59.65 (capa comum).
“Depois que minha mãe morreu, muitas pessoas que conheciam o relacionamento profundo que tínhamos sugeriram que eu escrevesse sobre ela, mas, não pude fazê-lo, talvez porque estava ainda emocionalmente muito próxima a ela”, disse Isabel ao jornal Estadão, em entrevista por e-mail. “Preferi escrever um romance com uma personagem parecida com a minha mãe e, por meio dela, contar alguns acontecimentos relevantes do século 20.”
Autora de obras traduzidas para 42 idiomas e que venderam cerca de 70 milhões de exemplares, Isabel viveu longe da mãe durante muito tempo e, para amenizar, elas se correspondiam compulsivamente. “Meu filho, que arquivou as cartas, contou cerca de 24 mil.” Isabel Allende escreveu ‘A casa dos espíritos’, ‘Muito além do Inverno’, ‘Longa pétala de mar’,
entre outros.
A nova obra, ‘Violeta’, é contada pelos olhos de uma mulher apaixonada, determinada e com senso de humor, conduzindo o leitor por uma vida turbulenta na forma de um romance épico, inspirador e profundamente emocionante, pontua a crítica.
Cristiane Bonin
cristiane.bonin@jpjornal.com.br
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