Se Você Ajudar

Por José Faganello | 09/02/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Se o batel da tua vida for agitado pela desilusão ou pelo desassossego, ou pelo medo ou pela desesperança, olha para teus filhos, pensa em teus netos.
Se agredido pela enormidade dos crimes, anunciados em manchetes que os banalizam, pense em teus filhos, em teus netos.
Se ficares com teu coração confrangido pelo desemprego que lança no desespero teu vizinho ou teus amigos, pense nos teus filhos, nos teus netos.
Se convencido de que teu país não tem conserto, de que tua luta é vã, que não vale a pena resistir, pensa em teu filho, olha para teus netos. Nunca desanime, nunca entregue os pontos, estás em um momento especial; tua sorte, a sorte de teus filhos e de teus netos estão em jogo.
Falar em Pátria, hoje, quando o mundo se globaliza e está ficando fora de moda. A Pátria, no entanto, ainda continua mexendo com nosso íntimo. Para a maioria das pessoas, ela está como estava para Alexandre Herculano: “A Pátria não é a terra, não é o bosque, o rio, o vale, a montanha, a árvore, a bonina. É-nos o afeto que estes objetos nos recordam na história da vida - é a oração ensinada a balbuciar por nossa mãe, a língua em que pela primeira vez ela nos disse: meu filho! - A Pátria é o crucifixo com que o nosso pai se abraçou moribundo e, que nós nos abraçamos também, antes de ir dormir o grande sono, aos pés de quem nos gerou, no cemitério da mesma aldeia em que ele e nós nascemos. A Pátria é o complexo de famílias enlaçadas entre si pelas recordações, pelas crenças e até pelo sangue”.
A menor célula da Pátria é a família, em seguida o município. Estamos em plena época eleitoral. O eleitor não pode omitir-se ou então participar apenas porque é obrigado. Quase tudo o que acontece em nossas vidas de cidadão é conseqüência de atos políticos e da atuação dos políticos. Tanto para prefeito como para vereador, o eleitor deve analisar bem para dar o seu voto. Eliminar irracionais emoções e conhecer o passado do candidato é indispensável, pois; ainda Herculano, afirmou: “A História não é senão a profecia do futuro”.
Montesquieu foi quem elaborou a tese que, para uma democracia funcionar bem, deve ter três poderes distintos e separados entre si, um fiscalizando o outro e completando-se mutuamente. O eleitor tem em suas mãos uma enorme responsabilidade. Será ele quem irá eleger, nesta eleição os que irão participar de dois destes poderes: o executivo e o legislativo. Votar com responsabilidade é pensar no futuro dos filhos e dos netos. Votar só, não basta. É necessário arregaçar as mangas e lutar, dentro das possibilidades de cada um, pela eleição dos bons candidatos. Se cada povo tem o governo que merece, esperemos pelo melhor, pois não é possível que nossos eleitores, por falta de memória ou alienação política, deixem de fazer uma boa escolha. Antecipar um futuro melhor, sem tantos crimes, tanto desemprego, tão desqualificado ensino, tão precária assistência médica, tanta carência, de moradia, é o dever de todos, se o medo de ter teu voto consciente tragado pelos que são iludidos pela demagogia, lute por ele, para que não seja único ou minoria e assim, possamos antecipar uma nova era que, se nos afigura ao mesmo tempo tão distante e tão possível. Possível se você ajudar.
No entanto, o panorama não está vislumbrando uma mudança para melhor, até o momento parece que a disputa está entre os piores.

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