A preguiça pode ser um momento de ócio na vida de qualquer individuo, podendo ser sentida em atividades rotineiras, ou nas folgas das atividades profissionais, ainda como uma evitação de alguma tarefa que não queremos realizar em um determinado momento. Ainda a preguiça pode ser pontual e passageira, como um desfecho a uma situação de cansaço e estresse ou também pode ser um indicativo de que pode tratar-se de dificuldades afetivas ou de outra ordem, principalmente se persisitir em vários cenários da vida de um individuo.
No século XX para o psicólogo Carmichael a preguiça não era citada na maioria das publicações sobre psicologia, e quando surgia algo a respeito, mantinha se no ambito superficial, ainda distante do contexto empirico sistematizado para que pudesse ser considerada como as “demais emoções”. Na mesma época para Hochschild pesquisadora da universidade da california, as emoções consistiam em uma consciência e avaliação da situação, das sensações corporais vivienciadas, da exibição de gestos expressivos e um rótulo cultural para atribuir a essa experiência emocional, aplicando-se também á preguiça o mesmo que para as demais emoções. Podendo ela se expressar de diferentes formas na vida dos individuos, alguns podem vê-la como um estilo de vida, enquanto para outros pode ser considerada uma doença.
É necessário o dissernimento para diferenciar a preguiça, a evitação de afazeres, como o cansaço e falta de energia para executar uma determinda tarefa, e para realizar um diagnóstico é preciso estar atendo. Algumas práticas alimentares, de exercicos fisicos e meditação podem favorecer uma rotina mais equilibrada e dinâmica, favorecendo as sensações e motivações humanas. As dificuldades na rotina, com a falta de tempo para administrar as diversas demandas pode proporcionar resistência a uma rotina com pouco ou sem sentindo. Mas claro que a preguiça pode ser comorbidade de alguma dificuldade fisica ou psicológica, principalmente se associadas a outras manifestações como tristeza e autodepreciação.
Ainda não querer fazer algo que precisa ser feito pode não ser algo patológico, porém alguns casos clinicos como a depressão, tende a gerar desmotivação para o desempenho de qualquer tarefa rotineira. A preguiça pode apresentar-se com variados significados a depender do lugar, contexto e de quem é o individuo considerado preguiçoso. Vale abordarmos que essa sociedade é estruturada por valores religiosos e da vida vinculada ao trabalho, então os corpos, gêneros e sexualidade são atravessados e construidos pelo modo de produção de bens, serviços contempôraneos e pela moral.
A procrastinação, o adiamento da realização de tarefas constantes também é um faceta da preguiça que pode trazer dificuldades para o desempenho das tarefas diárias. Para a Psicanálise, nossa condição humana supõe que o minimo de trabalho psíquico esteja sempre em operação, sendo que a atividade inconsciente nunca cesse, podendo nos proporcionar um direcionamento sobre a reflexão se a preguiça é saudável ou não. No decorrer do desenvolvimento humano, que se inicia na infância as necessidades são supridas pelo ambiente, tutores, e no decorrer do desenvolvimento os individuos passam a ter que trabalhar o mundo para alcançar seus objetivos, em um ambiente que já não fornece tudo que é necessário assim como no paraiso representado pelo mundo infantil.
A atividade de trabalho é muitas vezes vinculada ao sofrimento e dor em algumas culturas e profissões, principalmente pela população menos favorecida quanto as suas escolhas, e vista como uma necessidade de sobrevivência e não atividade de prazer, podendo tornar-se em muitos casos, uma penitência ou obrigação alienante. Desta forma, a preguiça pode esconder a sombra da depressão, a presença de medos, o peso do estresse, a pressão de uma sociedade que enaltece excessivamente o esforço e a conquista de objetivos, e se for um problema na sua vida, nos seus estudos, ou mesmo no seu relacionamento com outras pessoas, esse pode ser um grande conflito psicologico, não negligêncie com você, busque por ajuda.
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