Festival Tela Preta está com inscrições abertas para curtas-metragens

Por Laís Seguin |
| Tempo de leitura: 2 min

Exibição presencial dos selecionados tem previsão para acontecer em março

Estão abertas até 15 de fevereiro as inscrições para o Festival Tela Preta – veja edital e formulário em ‘linktr.ee/festivaltelapreta’. Com curadoria dos produtores culturais Beatriz Ferraz e Wellington Camargo, a seleção busca por curtas-metragens brasileiros com temáticas negras ou realizados com atores ou direção de profissionais pretos. Cada filme selecionado receberá um cachê de R$ 300. A exibição presencial tem previsão para acontecer no dia 11 de março, no espaço cultural Guarantã, em Piracicaba. O projeto tem apoio da Semac (Secretaria Municipal de Ação Cultural) e fomento da Lei Aldir Blanc.

“Os critérios vão da participação de pessoas pretas tanto na direção como na produção como na temática do filme. Logo após a exibição dos filmes, haverá um debate com uma fala dos produtores, a Beatriz e eu, sobre a importância do festival e a produção preta”, detalha Wellington Camargo.

O foco é usar o cinema como ferramenta para educar, conscientizar, sensibilizar, fazer refletir, reavaliar conceitos e reorganizar estruturas. “O festival Tela Preta é para todo mundo. Pensamos neste projeto como uma maneira de aproximar o cinema independente da população em geral e não só dos trabalhadores de cultura. O motivo do nosso recorte específico é para suprir a necessidade de mercado. Percebemos que quando as exibições são organizadas, essas pessoas acabam não fazendo parte do catálogo, repetindo o que se vê na mídia tradicional. A proposta do Tela Preta é diminuir este déficit de exposição, apreciação e celebração das narrativas negras”, comenta Beatriz Ferraz.

HISTÓRIA & DADOS
O registro da participação de artistas negros e negras data dos primórdios do cinema no Brasil, mas, somente a partir da década de 1960 há uma concretização desta atividade. O termo ‘cinema negro’ só foi cunhado a partir de políticas de afirmações de uma brasilidade independente do eurocentrismo. A historiadora, pesquisadora, curadora e documentarista, Edileuza Penha de Souza, relata em uma de suas obras que, “a partir da década de 1990, os jovens realizadores negros se posicionam no campo cinematográfico através dos seus filmes e propondo novas formas de debater a questão racial na mídia”.

A pesquisa sobre diversidade de gênero e raça nos lançamentos brasileiros de 2016, divulgada pela Ancine (Agência Nacional do Cinema), aponta que homens brancos são maioria entre os diretores (75,4%), produtores (59,9%) e também nos elencos.

Cristiane Bonin
cristiane.bonin@jpjornal.com.br

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