Temporada de tretas

Por Rubinho Vitti | 15/01/2022 | Tempo de leitura: 3 min

O ano começou. Ou seja, mais 365 dias recheados de tretas. Estão preparados?

O calendário é gregoriano, mas a agenda é de brigas e discussões, principalmente pelas redes sociais, não é mesmo?

Todos os meses tem algum assunto que a polarização (essa palavrinha chata que entrou no nosso cotidiano de vez por todas) vem dar um "oi, sumido!".

Se já não bastasse as guerrinhas clássicas -- de campeonatos de futebol (Fla X Flu, Corinthians X Palmeiras, Inter X Grêmio), da música (Anitta X Ludmilla, Madonna X Lady Gaga), da política (Lula X Bolsonaro, esquerda X direita), da Covid (vacina X sem vacina, a favor da ciência X negacionistas) -- a gente tem que enfrentar essa dualidade em todos os assuntos propostos.

A polaridade emergiu junto com o gigante que acordou há alguns anos. Ele voltou a dormir, mas ela ficou por aí. E temos que lidar com ela diariamente. Sim, todos os meses é uma treta nova e eu posso provar.

Janeiro. Prestes a começar o Big Brother Brasil, o país se divide em quem vai acompanhar o reality show de cabo a rabo e quem vai reclamar que tem gente assistindo um programa "medíocre". A guerra de quem grita "vá ler um livro" e os que defendem que "BBB é entretenimento" vai durar pelo menos até março.

Fevereiro. Carnaval é paixão nacional? Nem para todo mundo. E daí fica a disputa entre os fãs da tradicional festa brasileira e aqueles que acham que é tudo bagunça e "golden shower".

Março. O Dia das Mulheres é celebrado no mundo todo, mas já percebeu que todo ano tem homens querendo discutir por que não existe um dia só para eles? Pufff…

Abril. Se a Páscoa é ou não é um feriado religioso, não importa muito. A questão é: ovo de páscoa (mais caro) ou barra de chocolate (bem mais barato)? Que a guerra comece…

Maio. Daí vem o Dia das Mães e as redes sociais são invadidas por meninas postando fotos com seus cães e gatos. Afinal, mãe de pet vale? Até o papa já entrou nessa briga.

Junho. No mês da visibilidade LGBTQIA +, geralmente vem um monte de heterossexuais (homens, claro) querendo ter também a "mesma" visibilidade (como se não já não houvesse durante todo o resto do ano). Tem até políticos que criam leis para o "Dia HT". Aff…

Julho. Quem gosta de frio? Solte essa pergunta no meio da roda de conversa naquele dia bem gelado e deixe a discussão começar.

Agosto. Basta começar o mês para vir a pergunta: "esse mês nunca acaba?". Haverá quem concorde e quem não. É claro!

Setembro. Neste mês, a temperatura das eleições estará nas alturas. Com debates e muita propaganda política, o que não vai faltar é polarização.

Outubro. Halloween X Saci Pererê: quem merece o destaque no Brasil. Haja blá blá blá.

Novembro. Por mais que ninguém lembre direito o que este mês representa, a verdade é que novembro é realmente o último mês do ano para alguns. Ou alguém faz mais alguma coisa depois do dia 30/11? Para outros, isso é coisa de vagabundo.

Dezembro. O mês da celebração é o mês da gritaria. É gente que gosta de panetone, gente que não gosta. Gente que adora uva passa, gente que odeia. Papai Noel, então… E ceia de família mais parece programa da Cristina Rocha. Só climão!

Se existe um assunto, haverá quem ame e quem odeie. Em tempos de intensidade latente de uma rede mundial de computadores que une o mundo e mistura opiniões diversas sem muito critério, não há como escapar das tretas.

Ano começa, ano termina, tretas vem e vão. Mas e desconectados, será que é essa guerra toda? Uma hora a gente acaba enfrentando algum assunto cara a cara: "e aí, o que você pensa sobre o Aquecimento Global? E a Copa do Mundo? Vai votar em quem?".

Se for em algum boteco, rodeado de amigos, qualquer assunto é muito bem vindo. Afinal, quer coisa melhor que bater com a palma na mesa e dizer: "mas aí é que tá…". E lá vem mais uma enxurrada de argumentos e discordâncias seguidos de risos e "desce mais uma aí, garçom!".

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