Trabalho, empreendedorismo e renda em Piracicaba

Por Gilmar Rotta | 23/12/2021 | Tempo de leitura: 2 min

Uma composição de fatores distantes do controle de gestores públicos, como mudanças sociais, revolução digital, globalização, eficiência nos modelos de negócios e, recentemente, impactos gerados pela pandemia, resulta na preocupação mundial quanto às garantias de oferta de emprego e renda a sociedade.
Por sinal, podemos falar em garantia porque até a Declaração Universal dos Direitos Humanos (que no último dia 10 completou 73 anos) prevê, em seu Artigo 23, o Direito ao trabalho, livre, justo e remunerado.
Trazendo o assunto para nossa realidade, Piracicaba não é exceção às preocupações relatadas e, naturalmente, reconhece sofrimento de sua população em meio às tamanhas incertezas. Cabe a nós, gestores públicos, total sensibilidade e comprometimento com a causa.
Importa lembrar que, em efeito cascata, a perda de emprego ou renda resulta na redução do poder de compra, que, além da perversidade social, pode desestabilizar o conjunto da economia piracicabana.
Ocorre, porém, que, apesar de ser a esfera de governo mais próxima das consequências da falta de emprego, o Município é a que dispõe de menor arsenal de recursos ao enfrentamento. Mais uma das contradições à retórica do municipalismo!
Na busca por recursos adequados, definitivamente precisamos abolir o pensamento ultrapassado de “canetadas mágicas” ou prestígio pessoal de um ou outro gestor público para atrair empresas e empregos. Todos os municípios competem por soluções simplistas à questão.
Como contraponto, precisamos entender que a capacidade de elevação de geração de empregos se respalda na verdadeira perseguição ao desenvolvimento socioeconômico. É ele, em seus diversos aspectos, quem pode conferir o caráter de sustentabilidade ao movimento, que é diferente do simples e pontual crescimento.
Convencido de que um dos pilares à busca de desenvolvimento é a atenção aos diagnósticos, pude elaborar um Requerimento ao Poder Executivo, o de número 1090/2021, que com aprovação em plenário passou a ser da Câmara Municipal de Piracicaba, e que solicita informações sobre trabalho, renda e empreendedorismo no âmbito local.
Dentre inúmeras questões levantadas, procuramos detalhamentos quanto aos setores e subsetores de atividades econômicas que mais têm impactos a nos mostrar. É uma leitura importante, seja para indicar quais iniciativas já funcionaram e quais áreas requerem maiores incentivos, ou mesmo para identificar o estrato da população que demanda mais cuidados no momento.
Também, cientes da contínua perda de representatividade do trabalho formal (registrado) na matriz de empregos, buscamos compreensão acerca do método de monitoramento às importantes alternativas de regime de trabalho. Embora o CAGED (Cadastro Geral de Empregos e Desempregados) se constitua da informação oficial mais rápida a municípios do porte de Piracicaba, suas informações já não parecem suficientes.
Temos certeza de que a Prefeitura já dispõe de banco estruturado de informações técnicas de grande proveito a sociedade, apto a nos responder, mas também esperamos que os questionamentos contribuam para o desenvolvimento contínuo de um poderoso banco de dados mantido pelo Município, com informações sempre eficazes ao planejamento.
É o que me faz reforçar apostas na importância dos diagnósticos para a busca de desenvolvimento.

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