Relacionamentos abusivos: o que há por trás deles?

Por Francisco Ometto | 18/12/2021 | Tempo de leitura: 2 min

Nos jornais, internet ou TV, é comum nos depararmos com notícias de homens ciumentos matando mulheres ou se matando pelo fato de terem sido traídos ou por um término. Por outro lado, vemos também mulheres sendo diariamente desrespeitadas em vários sentidos, seja em relacionamentos “sérios” ou simplesmente por serem mulheres!
Nada natural nem aceitável nestes fatos: quem ama não faz sofrer nem mata. E a paixão? Quais as diferenças em tudo isso? Só cadeia é solução? O que está por trás de tudo isso?
Quero contribuir abordando da forma mais clara possível essas dúvidas e preconceitos - que precisam estar claros para todos – pois só assim conseguiremos iniciar, com eficácia, um movimento que reduza e em seguida acabe com esse cenário tão triste para todos os envolvidos.
Leis, punições e enquadramentos são apenas consequências de problemas emocionais e educacionais que precisam ser melhor percebidos e tratados por políticos, educadores, legisladores, Igrejas, instituições, mídias e população.
Para começar, vamos entender que amor não é paixão.
O amor é simples, sereno, apesar de ser envolvente e forte. Entretanto, nele não há necessidade de dominação sob o outro. A liberdade e o respeito são os maiores guias do amor.
Já o apaixonado (maioria nas relações hoje), sofre de um mau que o domina e o leva a reagir de maneira totalmente imprevista. Ciúme, desrespeito e posse são seus guias.
Contudo, não podemos preconceituar a paixão. Ela tem também o lado positivo, que deve ser valorizado, afinal, quantas das mais belas músicas, poemas, livros e tantas outras formas de aprendizado e de expressão artística foram inspiradas pela paixão! Deve sim haver equilíbrio para que este impulso, inicialmente positivo, não se torne uma obsessão, que gera o ciúme (medo, insegurança, angústia, posse).
O homem de amanhã é o recém-nascido de hoje! Estamos criando diariamente novos homicidas, suicidas e doentes psíquicos. A educação, por exemplo, não contempla em suas grades, formações emocionais e cuidados mais sistemáticos com valores. Já deu para perceber onde está nosso erro?
Normalmente as paixões vêm e passam, mas aquela que fica e vira ferida pode matar, por acometer alguém que não foi preparado para isso.
O criminoso (em geral) não é um psicopata que mata por prazer, por fetiche; o suicida também não tem prazer em tirar a própria vida! São indivíduos emocionalmente doentes, mal-educados ou que sofreram muito antes de matar ou se matarem, porque estão com sua autoestima, seu amor-próprio e seu psíquico insuficientes para dominar seus problemas. Antes de mais nada, são pessoas que precisam de ajuda. E aí está a base da reflexão desta semana: prevenção, atuação na causa e não somente nas consequências.
Relacionamentos não foram feitos para destruir e sim para construir. Uma pessoa não pode ser o “tudo” da outra, pois, nesse caso, algo está muito errado, desequilibrado. E, se um relacionamento não der certo, a vida precisa (e pode) seguir!
“Jamais peça para alguém amá-lo. Jamais peça para alguém admirá-lo. Amor, admiração, bem como respeito, são construídos sem pressão, no solo insubstituível da liberdade”. (Augusto Cury)

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