“Democracia? É dar, a todos, o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, isso depende de cada um”. (Mário Quintana).
Segundo a mitologia, Fênix era uma ave sagrada do antigo Egito, que habitava os desertos da Arábia. Toda vez que estava para morrer lançava-se no fogo para, em seguida, ressurgir das próprias cinzas.
O capitalismo é a moderna Fênix. Inúmeras vezes prognosticaram sua morte, a derrocada inexorável, a destruição que está inerente em seu próprio ser. Até agora, em todas as crises, sempre se reavivou.
Hoje, vive seu maior paradoxo. Eliminado seu maior inimigo, inacreditavelmente, sente-se mais ameaçado do que nunca. O inimigo fornecia-lhe alento. Justificava suas ações. Angariava-lhe o apoio de grande parcela das massas desvalidas, amedrontadas pelo ateísmo comunista. A disputa dava-lhe a força indispensável. A acomodação atual tira-lhe o condão de salvador e torna mais visíveis suas maldades. O comunismo era o fogo que, para esta moderna Fênix, não precisava incinerá-la, para mantê-la viva e atenta. Bastava sua presença ameaçadora para que o capitalismo encontrasse forças necessárias para superar qualquer crise. O inimigo desintegrou-se. O fogo extinguiu-se. A moderna Fênix está temerosa e a humanidade, desarvorada, interroga-se: O que nos aguarda no futuro?
O socialismo científico de Marx, colocado em prática, foi o maior blefe da História. O preço que ele cobrou dos povos a ele submetidos foi absurdo. Programado para propiciar o bem, trouxe muitos males: governantes tirânicos, populações sem liberdade, matanças incomparáveis.
A Europa começou a mostrar seu potencial com os romanos. Conquistaram o “Mundo Mediterrâneo”. Apossaram-se da cultura alheia e espoliaram os vencidos, numa escala antes não vista. Com os portugueses e espanhóis, a Europa realizou as grandes descobertas marítimas, esticando seus limites, ampliando seus horizontes e se apossando de imensas riquezas. Foi cruel. Nem o genocídio praticado por Hitler superou o que fizeram contra os indígenas. A Revolução Industrial colocou-a no pedestal. América, África e Ásia curvavam-se à hegemonia europeia. A Europa, quando teve sua oportunidade, não a desperdiçou; conquistou, se não tudo, quase tudo o que podia ser conquistado. Foi durante este longo percurso em que o capitalismo acrisolou-se com as crises monumentais a ameaçarem sua existência. A Fênix moderna, no entanto, atirada inúmeras vezes às fogueiras que deviam incinerá-la, reergueu-se, sempre mais forte. Entre outras podemos lembrar algumas destas crises: A primeira Grande Guerra, entre as Nações que emergiam como potências capitalistas danificaram-nas seriamente ao mesmo tempo em que fazia surgir um capitalismo exuberante nos EUA. Logo a seguir, o Crack da Bolsa em 1929, golpe aparentemente fatal na Fênix renascida, propiciou apenas o fogo suficiente para seu ressurgimento após a Segunda Guerra Mundial.
O comunismo, com sua promessa de Paz, Pão e Terra parecia não só possuir a mensagem irresistível, como a meta que todos deveriam perseguir. A meta esvaiu-se na queda de um muro e a Fênix continuou seu voo, impávida.
Atualmente o capitalismo está vivíssimo e impõe sua doutrina mestra, o liberalismo econômico ou neoliberalismo.
0 neoliberalismo em nome da eficiência provoca desemprego e aos que ainda se mantêm empregados tem seus salários cada vez menores. É a sagrada lei do mercado justificam. Hoje, Fênix não precisa temer ser incinerada pelos excluídos, A mídia capitalista consegue fazê~los crer que todo esse sofrimento é necessário para a Nação. A eles sobra apenas a esperança de uma Mega Sena ou o céu após a morte.
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