Virtude

Por José Faganello | 27/10/2021 | Tempo de leitura: 3 min

“A pedagogia social ensina a agir sobre si mesmo, com os outros e com as perguntas da sociedade, de tal forma que nossa ação torne possível o desenvolvimento sadio de outras pessoas e das condições sociais”. (Rudolf Steiner)

O desenvolvimento tecnológico e cultural dos seres humanos foi extremamente lento, comparando-o com a atual velocidade. O avanço, agora, é tal, no campo tecnológico, que por mais aplicado que alguém possa ser sempre estará desatualizado. Na área social, o relacionamento humano, pelo que nos é apresentado nos noticiários está tão deteriorado que se nos aparenta haver uma involução. Para as culturas orientais as virtudes eram consideradas como a capacidade de realizar e oferecer vida. Nossos tempos apresentam um cenário pouco virtuoso e terrivelmente vicioso. Prevalece o ódio sobre o amor, covardia em vez da coragem, o desrespeito sobrepuja o respeito, a irresponsabilidade derrota a responsabilidade, os volúveis zombam dos perseverantes, o egoísmo mina a amizade. Esses torpes vícios estão na moda, enquanto as virtudes são preteridas. No entanto, são as virtudes que podem proporcionar vida feliz, enquanto os vícios carregam consigo a desordem e a violência. Para reverter isso é necessário educar, o que pressupõe uma gama muito grande de amor, de preferência aliado a conhecimentos quer materiais como espirituais. Uma educação completa deve ser abalizada em diversos tipos de objetivos: científicos, humanísticos e espirituais. A ciência nos faz dominar a natureza e conhecer o arcabouço material que nos envolve. A ela devemos o incomensurável desenvolvimento tecnológico conseguido e o muito ainda a conquistar. Os estudos humanísticos promovem o autoconhecimento, desvendam nosso passado, nos introduz na filosofia, sociologia, política e na cultura, valoriza o direito, a democracia e a ética. Não raro, no entanto, deparamo-nos com um paradoxo: como, se a lógica é a de pais virtuosos proporcionarem um desenvolvimento mais harmonioso a seus filhos e servirem de paradigmas para eles, alguns são surpreendidos por filhos viciados, completamente fora do caminho reto? Não é fácil resistir aos vícios que os engolfam e as más companhias que têm a força de arrastá-los. Uma das virtudes mais descurada pelos jovens é o respeito. Em primeiro lugar devemos desenvolver o respeito por nós mesmos, para podermos respeitar as individualidades com as quais convivemos. A vida moderna é pródiga em exemplos de desrespeitos: de nossos homens públicos, nas escolas, no trânsito, com os mais velhos, com os pais, com os professores, etc. Para quem assim age, jamais brotará qualquer ato de gratidão. Intimamente enlaçada com o desrespeito está a irresponsabilidade. Do irresponsável não se pode esperar parceria, participação, comprometimento ou cooperação. Dele não se espere respeito ao horário, palavra dada, compromisso assumido, respeito social ou ambiental, muito menos conjugal. Como são as qualidades do que se conforma com o considerado correto e desejável, as virtudes são mais perseguidas pelos maus do que amadas pelos bons e, segundo Sêneca, é difícil tê-las, pois necessitamos de alguém a nos orientar, enquanto os vícios são adquiridos sem mestres. O mais triste e deparar com tantos corruptos desviando para seu proveito milhões, que se bem empregado teríamos um pais exuberante, que seria bom para todos. Os romanos falavam:“VIRTUS IN MEDIO” ( A Virtude Está No Meio). Será? O NOSSO COGRESSO É UMA EXCESSÃO!

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