O amor passional do jovem (parte 1/2)

Por Luiz Xavier | 19/10/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Com autorização da psicóloga e amiga Arlete Gavranic (Mestre em Educação, Educadora e Terapeuta Sexual) transcrevo essa rica reflexão que ela faz sobre prevenção ao suicídio. Acompanhem:
O número de suicídios no mundo supera o número de óbitos por homicídios e guerras, chegando a 804 mil vidas perdidas por ano (maior causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos).
Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, e de acordo com a revista Pediatric, gays, lésbicas e bissexuais têm, devido à homofobia, seis vezes mais chance de cometer atos para tirar a própria vida. E nesse público LGBT, 60% dos óbitos são de gays, seguidos por 30% de lésbicas.
As 4 etapas do suicídio
De acordo com a OMS, o suicídio, definido como ato de tirar a própria vida, é uma consequência de fatores culturais, sociais, biológicos, psicológicos, psiquiátricos e econômicos e se apresenta em quatro etapas:
1ª Ideação suicida: pensar em se matar - se esse comportamento continuar ocorrendo, passará para outra etapa;
2ª Planejamento: começa a pensar onde, como, o que precisa para realizá-lo. E se esse desejo de fim continuar e conseguir os ‘recursos que entende como necessários’, segue-se para a etapa abaixo;
3ª Tentativa do suicídio: que pode atingir ou não seu intento;
4ª Suicídio: Caso consiga, chega-se ao suicídio completo.
Parece uma descrição fria. Mas o importante é pensarmos que, nesse processo, há muito o que podemos fazer para interromper esse ciclo e ajudar essa pessoa. Portanto, é preciso prestar atenção às pessoas ao nosso redor: filhos, companheiros, parentes, colegas de estudo ou trabalho… Enfim, perceber se andam quietos em excesso, se mudaram comportamentos, se estão se distanciando dos amigos e familiares. Assim, procure conversar, ofereça um ouvido amigo, proponha ajuda.
Algumas pessoas darão dicas que estão mal. Elas podem ter falas como: ‘quero morrer’, ‘a vida não tem mais sentido’, ‘queria dormir e não acordar’, ou comportamentos de risco (dirigir em alta velocidade), comportamentos autodestrutivos como automutilações, uso abusivo de álcool e drogas ‘até cair’. Enfim, tudo isso é uma alerta para prestarmos atenção.
Muitos jovens LGBT se ressentem da intolerância familiar, de situações de vivência homofóbica no ambiente escolar e social. Engana-se quem diz que ‘quem fala não faz’, ou que uma tentativa mal sucedida é só para chamar atenção. Quem dá esses sinais mostra que está necessitando de ajuda. E se não conseguir esse apoio, essa possibilidade de ser escutado em suas angústias e necessidades, pode entrar em desespero e ter atitudes na direção suicida.
O amor passional do jovem
Tenho uma preocupação muito grande com as desilusões afetivas de jovens. Podemos observar que o público jovem tem muitos comportamentos impulsivos e autodestrutivos quando vivem decepções e rompimento de relações afetivas, tanto hetero como homossexuais.
Parece estranho aos olhos de muitas pessoas pensar nesse comportamento tão dramático para o mundo moderno que vivemos, mas apesar da atualidade das relações líquidas que tanto questionamos, há um grande número de jovens que vivem romântica e idealizadamente suas relações afetivas.
Durante muito tempo as mulheres foram o grupo mais romanticamente afetado pelas paixões e idealizações. Às vezes mais intensamente no primeiro amor, mas observamos que essas vivências se estendem até mais tarde para muitas e também para rapazes, tanto nos relacionamentos hetero como homossexuais. (continua…)

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