Virando on-line

Por Rosângela Camolese |
| Tempo de leitura: 3 min

A Virada Cultural aconteceu pela primeira vez em 2005, na cidade de São Paulo. Inspirada, entre outros eventos como a “Nuit Blanche”, de Paris, trouxe programação diversificada, desenvolvida em determinados pontos da terra da garoa. Foi um grande sucesso. Atraiu milhares de pessoas de todo estado e do país.

Entre nós, desde 2009, logo depois da Festa das Nações, o Engenho Central voltava a ficar lotado com a edição piracicabana da Virada, que já no seu primeiro ano inovou, tendo, além do palco principal onde se apresentavam as atrações nacionais, o palco 2 exclusivo para artistas da cidade.

Na primeira edição, a Virada teve duração de 24 horas com música, teatro, stand up, exposições e atrações infantis em diferentes pontos da cidade. Depois, nas outras edições, por diferentes razões, as atrações passaram a acontecer até meia noite, mas ainda em vários espaços, até que o Engenho passou a ser seu principal cenário com os dois palcos, o Teatro Erotídes de Campos e áreas para exposições de arte.

O tempo passa e chegam as mudanças. A partir de fevereiro de 2020, o mundo ganhou um divisor de águas que mexeu com todas as estruturas. A chegada do corona vírus e as restrições por ele impostas, determinou uma parada geral de toda e qualquer atividade cultural. Passado o susto inicial, produtores e artistas foram descobrindo os caminhos possíveis de aproximação com o público, por meio das redes sociais.

Shows, teatro e até visitas a museus, passaram a ser online. Sem o calor do contato, mas sempre mantendo a arte e a cultura disponíveis para amenizar o distanciamento social e a solidão de muitos.

Assim, a Virada Cultural 2021 chegou dentro desse novo formato. Mais uma vez realizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, juntamente com as prefeituras municipais, em parceria com a Organização Social Amigos da Arte, reuniu em 14 de agosto, muita arte para os piracicabanos.

Felizmente, fomos um dos 20 municípios selecionados para receber a versão online da Virada SP. A ONG Amigos da Arte selecionou as atividades locais, a partir da proposta enviada contendo indicações de artistas, personalidades e espaços públicos da cidade.

Então, foram 12 horas ininterruptas, com destaque para os shows de Criolo e de Mazinho Quevedo gravados no Teatro Sérgio Cardoso, especialmente para o evento. Dentro da edição, também merece aplausos o grande Rolando Boldrin com seu Rolando Prosa, onde a cultura popular paulista foi a tônica.

Mostrando todo seu ecletismo, alguns dos nossos artistas disseram presente: Cia. Ispetaquêra, Núcleo Girassol, Banda Rabo De Saia, Circo Família Veneno, Forrófiando, Grupo Andaime, Casa do Hip Hop, Rafa Zaza e Maikão. Também foram exibidos espaços turísticos e entrevistas com personalidades como Dona Carmela, artista Naïf, artesã e escritora e Carlos ABC, ator, diretor e dramaturgo. Parabéns a todos por difundirem a cultura local para todo país e para o mundo.

Ficou curioso e ainda não assistiu Piracicaba na Virada Online 2021? Faça-o agora pelo culturaemcasa.com.br/video/piracicaba/.

E neste momento, quando mudanças de cenário estão propostas para a cidade, penso: quando a Virada voltar a ser presencial, teremos um espaço adequado no Engenho para recebe-la? Só o tempo dirá…

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