Direção e rumo

Por André Sallum | 27/08/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Durante a jornada existencial, importa tanto saber onde estamos quanto perceber para onde vamos, pois a direção da nossa existência evidencia, por si só, o destino que, mais cedo ou mais tarde, atingiremos. Tal fato revela a necessidade de conhecermos o caminho que estamos a percorrer, bem como os objetivos que pretendemos alcançar.

Tão necessário quanto viver integralmente o momento presente – o que reconhecemos ser fundamental para uma vida plena – é estar consciente em relação à direção que se dá aos próprios passos. Sob essa perspectiva, de nada adianta termos ansiedade ou pressa e corrermos desenfreadamente se estivermos no caminho errado, ou seja, naquele que nos afasta do cumprimento dos propósitos essenciais da nossa vida. Do mesmo modo, quando estamos limitados por uma visão imediatista, materialista e superficial da vida, não conseguimos vislumbrar nosso destino maior nem perceber realidades que transcendem as aparências e que nos permitem reconhecer nossos papéis e tarefas a desempenhar no mundo.

Segundo a lei de causa e efeito, estamos a todo instante – mediante pensamentos, desejos, palavras e ações – imprimindo determinada direção à própria vida. Se somos herdeiros, individual e coletivamente, do nosso imenso passado, o qual nos trouxe até o aqui e agora, com nossas tendências, predisposições e singularidades, a cada ação imprimimos novo impulso e damos novo curso à nossa vida. Se não podemos modificar radicalmente nosso destino devido a características arraigadas que possuem a sua inércia, temos a possibilidade, ainda que gradualmente, de mudar nossa trajetória, rumo a uma melhor, mais saudável e feliz realidade. Essa liberdade relativa que possuímos parece pouco utilizada, pois frequentemente nos acomodamos, elencando dificuldades para modificarmos posturas e atitudes, ou postergando mudanças que se mostram tão imprescindíveis quanto urgentes. Além disso, não costumamos recorrer, como poderíamos, à ajuda espiritual, a qual, de múltiplas formas, se mostra sempre disponível.

O processo de autoconhecimento – parte essencial e geralmente negligenciada da educação – mediante o qual descobrimos inúmeros aspectos de nós mesmos, descortina realidades até então ignoradas, permitindo-nos perceber os caminhos trilhados e as necessárias mudanças de direção de nossa vida.

Definir o rumo a seguir é tarefa essencial a quem pretende cumprir os propósitos mais elevados da existência. Diante de tantas ilusões, convites sedutores, atalhos perigosos e desvios do caminho, torna-se essencial sabermos em que direção estamos indo, a fim de evitarmos sofrimentos desnecessários, a nós e aos demais. Nesse sentido, uma correta orientação espiritual fornece elementos preciosos para que saibamos, até onde nos seja possível, escolher caminhos evolutivos, ou seja, que nos conduzam à liberdade e à realização existencial. Conhecer determinadas leis espirituais e portar-se em harmonia com elas torna-se condição indispensável a um viver harmonioso, saudável e feliz.

Muitas vezes, e por diversas razões, nos sentimos perdidos e sem rumo, principalmente na época atual. Nessas horas a fé, aliada a uma concepção espiritual da vida, demonstra sua importância e revela seu valor. As orientações espirituais funcionam como bússola apontando o caminho correto, especialmente em meio a problemas e desafios. Com essas preciosas ferramentas, torna-se possível prosseguir, mesmo no mundo atual, confiante e em paz, na direção da plenitude.

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