Hoje o nosso tema é o Bike Fit e sua importância no mundo do ciclismo. E quem comenta o assunto são os profissionais da Saúde da Bio Eco Esportes: Tiago Vecchini - Professor de Educação Física especializado em Fisiologia do Exercício, e Ricardo Simoes – Professor de Educação Física e Mestre em Performance Humana.
“Na última década o número de adeptos do ciclismo já aumentava consideravelmente, especialmente no Brasil. Entretanto, durante a pandemia ocorreu um “boom” de novos praticantes da história das modalidades esportivas e, juntos às bikes, uma cadeia inteira de itens e serviços ligados ao ciclismo passou pela mesma avalanche: peças, manutenção, treinamento, seguro e, principalmente, Bike Fit!
O Bike Fit, é um processo de ajuste dos componentes ergonômicos da bicicleta (guidão, avanço, manetes, selim, canote) ao biotipo, potencialidades e limitações físicas do ciclista.
Nos últimos 20 anos este processo ganhou relevância e profundidade incorporando conteúdos da matemática (trigonometria), física (mecânica), da ciência do movimento humano (biomecânica e cinesiologia) e das ciências da saúde (educação física e fisioterapia), além de uma pitada de mecânica e eletrônica para manusear as bicicletas e realizar a análise cinemática do ciclista em movimento.
De uma forma geral, independente do seu objetivo e estilo em cima da bicicleta, o Bike Fit é altamente relevante, pois aumenta o conforto, minimiza o risco de lesões e melhora o rendimento, conferindo autonomia e prazer a quem pedala.
O principal objetivo do Bike Fit é proporcionar a melhor sinergia possível entre ciclista e bicicleta de forma que ele possa tirar o máximo de proveito do seu equipamento. O resultado dessa intervenção deve criar e fazer da bicicleta o espaço físico saudável para que o ciclista manifeste suas potencialidades e acomode suas limitações.
Nesse sentindo, é um processo individualizado, minucioso, preciso que deve seguir uma metodologia detalhista, quase artesanal, resumido em 4 etapas:
1- Identificação dos objetivos e avaliação física do ciclista: cicloturismo, competição, travessias e o tempo dedicado ao ciclismo (horas em cima da bike); análise funcional do ciclista (flexibilidade, amplitudes articulares, alterações cinesiológicas, identificação de limitações por lesões ou desequilíbrios musculares, articulares e/ou esqueléticos).
2- Checklist das características da bicicleta: tipo de bicicleta – estrada (road), de terra (mountain bike), triatlhon, contra relógio (time trial), hibrida (gravel), passeio etc.; medidas da bicicleta: tamanho do quadro, do canote, da mesa, do guidão, dimensões do selim, angulação da mesa.
3- Unir as características do ciclista à bicicleta de forma harmoniosa e eficiente: é o momento fundamental do Bike Fit, quando reúne-se as informações do ciclista e da bicicleta, realiza-se a análise cinética do movimento com o ciclista pedalando em tempo real (há um sistema específico para essa análise) e inicia-se a intervenção encaixando as peças do ‘quebra cabeça’. É também o momento no qual, além da técnica e metodologia, o Fitter usa seu ‘feeling’, experiência para finalizar o processo.
4- Acabamento e Relatório: acerto dos últimos detalhes e posicionamento ergonômico dos manetes de freios, guidão travas e câmbios; realização das medidas da bicicleta e elaboração de relatório comparativo antes/pós ajuste (técnico e de imagens) para que o ciclista tenha acesso a todas as informações e alterações que foram propostas e realizadas”.
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