Piracicaba, sua história e seu destino

Por Rosângela Camolese |
| Tempo de leitura: 3 min

Estamos no mês de aniversário de Piracicaba, uma cidade com história e tradição na política, na cultura, no esporte, na educação, no conhecimento científico, na indústria, na gastronomia e em tantos outros segmentos, senão, vejamos:

A nossa história começa por um ato de resistência, do capitão-povoador Antonio Correa Barbosa que fundou a povoação em um local diferente do que lhe havia sido determinado. Depois, tivemos outros notáveis que marcaram sua passagem pela vida pública, com ou sem mandato eletivo, entre os quais, o presidente Prudente de Moraes, Luiz Vicente de Souza Queiroz, Estevão Ribeiro de Souza Rezende (o Barão de Rezende), Mário Dedini, nossos deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadoras e vereadores. Também tivemos um ministro da Saúde, Barjas Negri, que ainda nos brinda com a sua lucidez e visão empreendedora.

Na cultura, Piracicaba literalmente, dá show nas artes plásticas, na música, na literatura, na dança, no teatro, no circo, no humor gráfico (e também digital), na gastronomia que também é uma arte, na arquitetura, no paisagismo e em nosso “dialeto caipiracicabano”, como bem define o grande Cecílio Elias Netto.

Piracicaba tem tradição esportiva, não apenas com o nosso XV de Novembro e as equipes amadoras, como o Katatumba e o Maf, entre outras, mas também, no basquete masculino e feminino, no atletismo, na ginástica artística, no tênis de mesa, na natação, no judô, e até no automobilismo. Prefiro não citar nomes para não correr o risco de cometer alguma injustiça por um eventual lapso de memória.

A educação e o conhecimento científico também são marcas importantes da nossa cidade, desde o fim do Império, com a criação do Colégio Piracicabano, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Escola Sud Mennucci, e tantos outros centros de formação acadêmica e de desenvolvimento da pesquisa. Somos uma cidade com centenas de especialistas, mestres e doutores nas mais diferentes áreas do conhecimento humano.

Também somos produção industrial. Piracicaba já foi denominada “fábrica de fábricas” e hoje produzimos carros, máquinas pesadas, insumos para a indústria da alimentação, do vestuário, da construção civil, automobilística, farmacêutica e até para o segmento aeronáutico. Nosso comércio é forte e diversificado, com empresas de ponta também na prestação de serviços, sem contar as centenas de startups que nos orgulham com seu alto valor agregado.

Nossas tradições gastronômicas não deixam nada a desejar. O cuscuz caipira, o pintado na brasa, a polenta de Santana, a churrascada de costela do U-Mió-du-Boi, sem falar das caipirinhas da Rua do Porto, da cachaça e, é claro, do vinho de Santa Olímpia.

Enfim, Piracicaba é esse caleidoscópio que consegue harmonizar talentos, vocações, paisagens, protagonismo, história, memória, saber, riqueza e superação. Mas também temos as nossas mazelas, os nossos pecados e as nossas vergonhas. Não há como deixar de mencionar o retrocesso e a visão estreita que flerta com o autoritarismo, impondo um peso enorme ao desenvolvimento, à liberdade de expressão e à qualidade de vida de todos que nascemos ou elegemos esta cidade como nossa.

Que a consolidação da Região Metropolitana de Piracicaba nos ofereça a possibilidade de ampliar o diálogo com todos os setores sociais e com as nossas cidades-membro. Do mesmo modo, que o Parlamento Regional, o qual também tem Piracicaba como protagonista, garanta meios que permitam retomarmos o ritmo de crescimento e a prosperidade, sempre lutando por justiça e igualdade.

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