Sexo e relacionamentos casuais

Por Francisco Ometto | 22/05/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Como sempre digo, a melhor informação é aquela que vem de fonte segura, embasada em estudos e comprovações científicas. O mundo está, aos poucos, entendendo a real gravidade de duas doenças que estão afetando cada vez mais seres humanos: ansiedade e depressão, com suas trágicas consequências e com o Brasil despontando nas primeiras colocações do ranking mundial. Pois bem, um estudo da Universidade do Estado da Califórnia concluiu que pessoas que praticam relacionamentos/sexo casual apresentam maior tendência para ansiedade e depressão. O estudo ainda revela que o sexo casual foi negativamente associado a bem-estar e qualidade de vida e positivamente associado a desconfortos e problemas psicológicos.

Em muitos casos, estar em relacionamentos superficiais ou praticar sexo casual pode indicar a ponta do iceberg de outras feridas da história psíquica da pessoa, que causam, por exemplo, a baixa autoestima, a dependência emocional, a falta de autoconfiança e autodomínio, que as enfraquecem cada vez mais, cenário que se transforma num verdadeiro “imã” para relacionamentos vazios, nocivos, abusivos e tantos outros problemas emocionais e prejuízos, afi nal de contas, se essas pessoas não se amam, quem vai ter esse sentimento nobre por elas?

Existem os que dizem: “Mas eu sei o que estou fazendo, não estou sendo usado (a), pois eu permito, aceito, quero e gosto disso”. Em muitos casos, esse é o processo “consciente”, mas no comando, ou seja, no inconsciente, está a real razão que aflora por atitudes autodestrutivas, vindas de autopunição ou da insatisfação consigo mesmo, uma maneira cruel de se maltratar, utilizando ferramentas como o autoengano ou a autossabotagem.

Importante também citar aqui um alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde), sobre o crescimento das infecções sexualmente transmissíveis. De acordo com dados da Organização, ocorrem mais de um milhão de novos casos de ISTs no mundo, “diariamente”.

Todos nós temos necessidade de afeto e atenção. Isso é do ser humano, é essência indiscutível. Relacionamentos casuais até oferecem isso no começo,mas não perduram, pelos fatos anteriormente expostos. E é exatamente aí que nascem os círculos viciosos de sofrimento e frustração, levando a pessoa (além de outras tantas fugas perigosas), a “engatar” uma paixão na outra para tentar cobrir a dor da solidão e da insatisfação com o próprio vazio (vida), ao que também damos o nome de angústia, se transformando num conflito que, finalmente, torna-se o gatilho para tantas doenças físicas e emocionais.

E todo esse cenário tem uma “vitamina” poderosa: estamos num mundo com pessoas cada vez mais imaturas emocionalmente e a comprovação disso estamos assistindo no dia a dia.

De qualquer forma, é sempre importante analisarmos como estamos conduzindo nossa vida e, se for o caso, organizá-la internamente, buscando um encontro mais profundo conosco, através do autoconhecimento. E assim, sob outra perspectiva e de dentro para fora, temos melhores condições de estabelecer contratos consistentes, seguros e alicerçados conosco, o que, sem dúvida, traz qualidade de vida, enormes benefícios emocionais e, consequentemente, físicos.

“Eu não entendo porque as pessoas buscam tanto a infelicidade e, quando a encontram, se surpreendem…” (Sigmund Freud, um pouco antes de morrer, em 1939).


Imagem: prostooleh

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