Parlamentarismo monárquico-militarista-clerical

Por Cecílio Elias Netto | 03/05/2021 | Tempo de leitura: 2 min

O Ministro Paulo Guedes informou não saberem, ele e sua equipe, o que sejam feriados, sábados e domingos.A afirmação deu-me o que pensar. Ora, se tanto trabalho há, porque, diabos, o presidente não participa disso? Pois ele só fica passeando, divertindo-se em praias, dirigindo motos e lanchas,cavalgando, tirando férias milionárias, batendo-papo com sua claque. No Brasil, presidente não trabalha?
Essa minha inquietação fortalece-me algumasconvicções. A principal: o Brasil não precisa de presidente. O governo é administrado por equipes de assessores, funcionários, auxiliares. Presidir o país seria, pois, como que um ato decorativo. Logo, preciso é encontrar uma forma de governo que reflita a alma, o espírito, a formação do povo brasileiro. Mas qual?
Ora, mesmo sabendo que nada sei, algumas coisinhas aprendi. Creio, porém, que suficientes para meditar sobre um Brasil que não consegue ter identidade nacional. Agora mesmo, não consigo entender se estamos num circo ou na Casa da Mãe Joana.
Em meu entender, ter ou não um presidente já não faz diferença. Desde, porém, que ele não abra a boca. Mas o país tem que ser governado. Acredito, assim, que o parlamentarismo venha a ser uma solução, desde que genuinamente brasileiro. Pois, a partir da proclamaçãoda República, apenastentamos imitar, copiar – e isso nunca deu certo.
Seria um governo conforme a alma brasileira. Por isso, o primeiro-ministro seria, necessariamente, um militar. Dessa forma, ficaria atendido o histórico, genético, irrefreável desejo de poder das casernas. A base governamental estaria, assim, formada: parlamentar-militarista.Mas e as ansiedades, os sonhos, a alegria do povo?

Minha proposta é a de nosso parlamentarismo-militarista ser, também, monárquico. Imaginem o encantamento nacional com uma família real em Petrópolis! Quantas frustrações, quantos saudosismonão seriam, finalmente, resolvidos? Somos a república com o maior número de majestades: Rei Pelé, Rei Roberto Carlos, Rei da Voz, Rainha do Bumbum, reis do café, da soja, Rei Momo, a nossa vizinha Princesa D´Oeste – e por aí vai.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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