Heroica dualidade!

Por Francisco Ometto | 19/04/2021 | Tempo de leitura: 2 min

Na infância, qual super-herói você quis ser ou, então, admirava? O fato é que, mesmo depois da infância, continuamos sendo surpreendidos com vários tipos de heróis e heroínas, seja por meio da Internet, em um participante de reality show, em alguém com um corpo escultural e rosto atraente, em políticos com forte poder de persuasão, em jogadores de futebol que recebem milhões em dinheiro para exibir a marca do patrocinador e influenciar com seus valores; em cantores, atores, pessoas que ditam as regras nas plataformas digitais, em filmes que fazem as pessoas acreditarem que “aquela” é a solução para suas vidas. Aliás, quem disse que o que acontece em filmes, livros ou redes sociais é o retrato da vida real, ou melhor, da sua vida real? Quem disse que aquela frase persuasiva de alguém é o que você realmente precisa?


O fato é que, enquanto muitos se escondem de si mesmos usando ideologias, paradoxal e paralelamente fazem suas vidas se tornarem cada vez mais desinteressantes e mortas.


O desejo reprimido de ser livre e superar cobranças da sociedade e de si próprio (por falta de conteúdo e autoconhecimento)encontra neste utópico mundo de “super-heróis” a complementação ilusória do vazio. Neste círculo vicioso e perigoso de rompimento com a realidade e consigo próprio, as pessoas avançam limites. Nasce aío potencial “libertador” que dá aval e explicação para a busca desenfreada por heróis, ao se manifestar o desejo reprimido de liberdade.


Vamos além? Será que os diversos tipos de heróis escolhidos pelas pessoas se preocupam com elas? E os que dão mais valor a alguns “heróis” do que aos próprios filhos, pais, emprego, família, casamento, relacionamento, estudo?


Verdadeiros heróis? Temos sim!Pais que praticamente dão a vida pelo sucesso de seus filhos, por amor. Os que levantam cedo para o trabalho honesto, infelizmente quase sempre recebendo muito menos do que merecem. Heróis reais se vestem de farda para garantirem segurança e ordem pública. Outros vestem toga e lutam pela justiça, ainda que em troca disso corram o risco de colocarem suas cabeças a prêmio. Heróis verdadeiros estãonas salas de aulas para transmitir o conhecimento intelectual e moral, mesmo que para tanto tenham que se sujeitar a tantos infortúnios. Outros heróis se vestem de branco e trabalham em postos de saúde precários, sem o mínimo de condições de trabalho, triste cenário que ficou ainda mais claro nesta pandemia. Nossos heróis de verdade estão na direção de Igrejas e Instituições realmente comprometidas com o bem-estar social, com a paz, a verdade, a ajuda física e espiritual aos necessitados, além de tantos heróis anônimos, dos quais sequer nos lembramos no nosso dia a dia. Verdadeiros heróis,descompromissados de vaidade e de orgulho, sem nenhum interesse em aparecer na mídia ou enriquecer financeiramente.


“Tem gente famosa que não é importante. A passagem de cada um pela vida deve contribuir para que, ao final, o mundo não esteja pior do que era antes”. (Mário Cortella).
Enfim, a dualidade! Que tipo de herói você quer ser? Que tipo de herói você admira?

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