Mas, afinal, o que é ser livre?

Por Francisco Ometto |
| Tempo de leitura: 3 min

Mas, afinal, o que é ser livre?“ A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência”. (Mahatma Gandhi).

De que lado você está? Na rua ou na prisão?

Há os que defendem que liberdade é fazer o que quer, na hora que quer, do jeito que quer.Há também os que vinculam liberdade ao dinheiro ou ao poder. E os que não têm o básico para sobreviver, podem ser inseridos neste raciocínio? Enfim, somam-se a estes, outros tantos conceitos e reflexões. Infelizmente, o que castiga emocionalmente grande parte da humanidade e – por consequência – traz grandes problemas, é a tentativa (inútil) de enganar-se quanto ao verdadeiro sentido de liberdade. O fato é que, de qualquer forma, consciente ou inconsciente, a própria vida vai distribuindo as consequências.

Para começar, vamos recordar o que disse Aristóteles: "É livre aquele que tem em si mesmo o princípio para agir ou não agir, isto é, aquele que é causa interna de sua ação ou da decisão de não agir”.Análise profunda deste Filósofo, que, aliás, foi aluno de Platão e Professor de Alexandre, o Grande.

Se suas decisões e atitudes não estiverem embasadas no que você acredita por essência, se você não tem força para seguir seus sonhos ou desejos (ou nem os têm); se sofre com medo das críticas, dificuldades, desafios ou situações novas; se não vê oportunidade nos problemas ou não consegue resolvê-los; se não tem consciência que aprender e desaprendernos renova e eleva; se não tem força suficiente para agir sobre um sim ou sobre um não;se o orgulho não te permite buscar conhecimento ou ajuda profissional, você definitivamente não é livre. Se não é livre, é dependente. E, se dependente, é escravo.

Pessoas dependentes têm uma grande dificuldade em tomar decisões e necessitam demasiadamente de outras opiniões, de “heróis”, de justificativasou fugas. Além disso, nas divergências, elas não conseguem mostrar a falta de aceitação e acabam fazendo o que os outros fazem ou querem.

Superação é característica primordial de quem é livre. Por isso só é forte quem é livre.Veja que grandes exemplos de superação têm algo em comum: são pessoas que duvidam do que ouvem ou dos comandos “prontos” que recebem. Elas duvidam e criticam até o que já é verdade (para elas e para os outros). A evolução, então, vai eliminando as dependências e fazendo nascer a verdadeira liberdade.

Ser livre é também morrer para o que te escraviza, em todos os sentidos. São muitos hoje os escravos da insegurança, da tristeza, das doenças, dos transtornos, do passado, do dinheiro, do poder, do vício, da timidez, de pessoas, de um relacionamento, de um emprego, de opiniões, da solidão. E, por falar nela, nada melhor que finalizar nosso encontro desta semana, com uma reflexão dele, o grande Filósofo e Poeta Fernando Pessoa: “A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo”.

Aliás, você é uma boa companhia para si mesmo?

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