Enigma da vida

Por José Faganello | 27/01/2021 | Tempo de leitura: 3 min

“No vasto oceano da vida navegamos diversamente:/ A razão é o roteiro, mas a paixão é o vento”. (Pope).

Talvez o assunto mais debatido ultimamente seja a questão ambiental.
Para nós, no momento, nosso planeta é o único que abriga uma impressionante diversidade de tipos de vidas.

Houve uma tomada de consciência sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, ou seja, onde vivemos, pois se ele se tornar insalubre, toda espécie de vida estará ameaçada.

O ritmo de devastação nos últimos 100 anos foi tal, com desmatamentos irresponsáveis, poluição do ar, contaminação das águas dos rios e oceanos, que apontam para o caos e a morte do planeta.

Em 1970, na Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente realizada em Estocolmo, capital da Suécia, surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável- usar das riquezas da natureza de modo responsável e repor quanto for possível daquilo que foi tirado, de um modo especial, das florestas.

De lá para cá, apesar de outros encontros, como A RIO-92, Protocolo de Quioto, Cúpula de Johanesburgo 2002 e Rio+10, principalmente os países que mais poluem, não assumiram compromisso de colocar em prática medidas efetivas para diminuir as ameaças à vida em nosso planeta.

Como todo início de ano novo é acompanhado de promessas de mudanças individuais para melhor, quem sabe a ganância possa ser domada e a importância da vida seja compreendida.

Discorrer sobre a vida é estimulante, pois há muitas facetas que podem ser desenvolvidas.

Podemos começar analisando o conceito de patriotismo, outro fator de ameaça à vida no planeta. Deixar de lado preconceitos contra judeus, muçulmanos, argentinos, Indus, chineses, cristãos, ateus etc., é importante passo para uma coexistência pacífica.

Estamos num imenso teatro, e a maioria faz o papel de meros figurantes. A suposta realidade é simples sonho; assim que nosso último ato acaba, saímos de cena para sempre.

Compartilho o que aprendi com Omar Kayyan: “Escuta a/voz da/sabedoria, que te repete/o dia inteiro: a vida/é breve e tu não é como/ as plantas que reverdecem/depois de podadas”.

Mesmo sabendo disso, quantas vezes nos deparamos com a situação confessada por Dante Alighieri: “A meio do caminho desta vida/ achei-me a errar por uma selva escura,/longe da boa via, então perdida”.

Muitos reencontram o caminho perdido, outros se desviam cada vez mais.
Ao reler fatos históricos sobre personagens que neles atuaram, às vezes somos tentados a concordar com Epíteto: “É comédia a nossa vida,/ e teatro de farsa o mundo inteiro,/que todos nele somos farsantes”.

O papel mais repetido que assistimos dos personagens desse teatro é o de vê-los arrependerem-se do passado, aborrecerem-se do presente e temerem o futuro, portanto, a vida da maioria foi destinada mais para os aborrecimentos do que para alegrias, essa reservada para poucos. Há arraigada crença de que todos, felizes e infelizes deverão prestar contas quando forem retirados do palco.

Como aconteceu até agora, em 2021 teremos de conviver com os enigmas que continuarão a surgir em nosso dia a dia e em todos eles, inevitavelmente seremos levados a pensar, como será hoje com uma Pandemia cruél?

Tanto no passado, como agora, cada um de nós tem um papel impar nesse imenso palco que é o Planeta Terra.

Há aqueles que representam papel de austeros, morigerados, levando uma vida espartana; outros se atiram ao trabalho de corpo e alma, esquecendo-se de si e da família. Há os sibaritas a dedicarem-se aos prazeres desbragadamente, a ponto de abreviarem suas vidas e do outros que tem contatos.

Mais cedo ou mais tarde, as cortinas ao descerem na boca do palco encerrarão para sempre nossa atuação.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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