O Jornal de Piracicaba nessas eleições tem sido objeto de ataques para minar ou pôr em dúvida sua credibilidade. Em época eleitoral esse tipo de ataque vem de forma mais frequente e mais incisiva, pois ninguém gosta de ouvir (ou ler) a verdade dos fatos. A verdade, não raro, é incômoda e perturbadora. Mas a verdade precisa ser dita, ao menos por alguém. E o JP se propôs a expor fatos, notícias, imagens, opiniões que reflitam a nossa realidade presente desde 1900, sem meias palavras. Mas não é uma tarefa imune a riscos. E descreditar quem expõe a verdade incômoda é a mais velha das artimanhas.
Num mundo onde as informações atingem alta velocidade, os chamados «memes» ganharam a força de torpedos, disparados ao léu, sem medir consequências. Os «memes» acabam por ser imunes ao questionamento crítico e se utilizam de imagens para confundir, às vezes com humor, os assuntos mais sérios. Em meio às eleições viram armas contra todos e contra tudo. E o alvo preferido é sempre quem tem a coragem de expor os fatos tal como eles se apresentam, sem dourar a pílula, sem amenizar. Fomos acusados de sermos arautos de «fake news», nós que sempre as combatemos; fomos acusados de «atendermos a pedidos de jornalismo sob encomenda», nós que só nos pautamos pelo interesse do leitor.
No dia de ontem, estampamos uma manchete que alertava aos nossos leitores as consequências jurídicas na hipótese de vitória, em segundo turno, do atual Prefeito, Sr. Barjas Negri, cuja candidatura está «sob a análise da justiça», termo técnico para se dizer que não há uma posição definitiva ainda. Porém, as eleições continuarão normalmente no próximo domingo, dia 29 de novembro, em que todos nós, eleitores piracicabanos, iremos às urnas para votar para um dos dois candidatos mais votados no primeiro turno. Muitos leitores nos questionavam como ficaria a situação na hipótese de nosso atual Prefeito vencer as eleições, uma vez que sua candidatura havia sido indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Fomos às fonte original. Perguntamos ao próprio TRE o que aconteceria e a resposta do Tribunal acabou por ser a manchete da edição de ontem. Ela é verdadeira em sua origem, pois a fonte é confiável e oficial. Essa mesma informação encontra-se no site do TRE (vide: www.tre-pr.jus.br/imprensa/noticias-tre-pr/2020/novembro/saiba-como-fica-a-situacao-dos-candidatos-eleitos-sub-judice). Talvez não seja a verdade que se queira ler ou enfrentar. Talvez a notícia não agrade aos leitores (ou a alguns deles). Mas nela não há reparos a serem feitos. Ela é verdadeira.
Não temos medo de expôr os fatos, expor opiniões críticas, expor decisões judiciais intragáveis ao gosto, pois esse é nosso papel. Um papel, aliás, de toda a imprensa. Para isso que serve um jornal com 120 anos de idade. Não é um papel agradável. Mas é honesto. É honesto dizer todos os fatos para que os leitores julguem por si mesmos. Nessas páginas não há «fake news» ou notícias falaciosas. Não há manchetes «encomendadas». Se as notícias são preocupantes ou não são otimistas; elas são, ao menos, verdadeiras. É preciso conhecer a verdade, pois só ela nos libertará (João 8:32).
Por Marcelo Batuíra Losso Pedroso
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