Plano para sair da crise

Por Érica Gorga | 09/11/2020 | Tempo de leitura: 2 min

A administração da crise do coronavírus onerou bem mais o interior do que a própria capital do estado de São Paulo, que era o epicentro da doença. Piracicaba foi uma das cidades do interior paulista que mais sofreu com a pandemia do coronavírus, pois os estabelecimentos comerciais e de serviços aqui permaneceram bem mais tempo fechados do que os da capital, por determinação do governo do estado e da prefeitura.

Ao mesmo tempo, o JP noticiou em 19/08 que, segundo levantamento do Ministério Público, Piracicaba era a cidade com pior investimento por habitante para o combate à covid-19, dentre os municípios da região e 11 municípios do estado com população equivalente, apesar de ter recebido quantia vultosa do governo federal para enfrentar a crise de saúde.

O pós-pandemia exigirá administração que resgate, incentive e potencialize a geração de empregos, para a superação da crise de receitas e queda do orçamento público. Se isso não ocorrer, a prestação de serviços públicos com a qualidade necessária será comprometida.

Um plano de resgate exigirá fomentar parcerias público-privadas a fim de atrair investimentos para a cidade visando à geração de empregos. É necessário apoiar empresas já instaladas e atrair novas empresas.

O poder público deve promover a desburocratização e apoiar iniciativas para que Piracicaba se estabeleça como polo de desenvolvimento tecnológico agrícola e de energias renováveis. Assim, deve estimular o empreendedorismo e as incubadoras de empresas, com aproveitamento das competências técnicas já existentes na cidade em áreas como agronegócio e tecnologia. Por isso, é importante que o município promova capacitação dos jovens piracicabanos.

Os comerciantes piracicabanos devem ser considerados promotores de desenvolvimento econômico e não antagonistas. É papel do poder público municipal conceber plano para que Piracicaba se estabeleça como polo turístico e cultural, para incrementar o desenvolvimento econômico. O potencial turístico do município tem sido subaproveitado.

Nesse sentido, é preciso estabelecer políticas públicas que preservem a memória histórica local e cultural, repensando a cidade como polo de atração turística, com a recuperação de pontos turísticos degradados, como a praça central e outros logradouros. Chama atenção a necessidade de maior aproveitamento da utilização do espaço do Engenho Central e da Rua do Porto para eventos culturais, exposições e apresentações itinerantes, com promoção do turismo educacional e cultural. Piracicaba pode se tornar polo de turismo de eventos, associando a cultura ao turismo, fomentando a realização de feiras, especialmente com fins educacionais e tecnológicos.

Com a colaboração entre o setor público e o privado, é possível viabilizar plano para maior desenvolvimento da hotelaria e da gastronomia do município, fortalecendo o setor de serviços local. Será necessário reavaliar os critérios do FAC (Fundo de Apoio à Cultura) em parceria com o Conselho Municipal da Cultura. O município deve apresentar projeto para qualificação ao título de MIT (Município de Interesse Turístico) junto ao governo do estado.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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