O asfalto em Piracicaba

Por Érica Gorga |
| Tempo de leitura: 2 min

A reclamação dos piracicabanos sobre a qualidade do asfalto não é de hoje. Qualquer um que se desloque nas ruas e avenidas da cidade, seja de carro, ônibus, caminhão, moto ou bicicleta facilmente observará a precariedade do asfalto piracicabano: desnivelado, cheio de ondulações e com muitos buracos.

Pesquisa realizada no último trimestre de 2018 pelo Indsat (Indicadores de Satisfação dos Serviços Públicos) e divulgada pelo JP em fevereiro de 2019 revelou que 66% dos munícipes reprovou a pavimentação asfáltica da cidade, considerando-a ruim ou péssima.

Outro levantamento datado de dezembro de 2019 pelo Indsat mostrou que o asfalto era o pior setor avaliado em Piracicaba entre 16 áreas. Desde que Piracicaba começou a fazer parte das pesquisas do Indsat, em 2017, a qualidade do asfalto piracicabano nunca conseguiu o grau médio de satisfação, atingindo sempre baixo grau.

Reportagem do JP no dia 25/07/20 averiguou a situação em oito locais, detectando remendos mal feitos e asfalto irregular em vias importantes, no caso das avenidas Jaime Pereira (Estrada do Bongue), Dr. Paulo de Moraes e Cristóvão Colombo, rua Caramuru (Centro), rua Santa Catarina, rua Corcovado, rua João Botene e rua Manoel Correa de Arzão em Santa Terezinha.

Nos dias de hoje, a preocupação com o trânsito e o asfalto da cidade é tão expressiva que aparece em levantamento recente como o segundo maior problema da cidade, perdendo apenas para a saúde, cuja importância foi agravada pela pandemia do coronavírus.

O péssimo estado do asfalto gera prejuízos constantes para os piracicabanos, especialmente para os motoristas de aplicativos, táxis e motoqueiros. Motoristas reclamam do impacto no bolso causado pelos problemas na suspensão dos veículos. Em alguns casos, pode-se até dizer que o estado do asfalto aumenta as probabilidades de acidentes de carros e de quedas de motoqueiros.

Piracicabanos ainda reclamam que trafegam por ruas com remendos tão mal feitos no asfalto que, muitas vezes, os mesmos buracos reaparecem após o conserto. Com base neste histórico e nas evidências claras, é evidente a necessidade de reavaliar os contratos de empresas que prestam serviços de pavimentação, recapeamento e manutenção do asfalto da cidade, para evitar desperdício de recursos públicos com a má qualidade recorrente na prestação dos serviços.

É urgente que se realize auditoria de resultados e medição da qualidade dos serviços de pavimentação e recapeamento da cidade, pois os piracicabanos esperam urgentemente o fim da “indústria do recapeamento contínuo dos mesmos buracos”.

Aliás, a melhoria significativa da qualidade do asfalto permitirá maior agilidade no trânsito, reduzindo o congestionamento devido à necessidade de reduções de velocidade e desvio de buracos, com incremento de eficiência para a locomoção e mobilidade na cidade. E também poupará os bolsos dos piracicabanos, que já pagam impostos suficientes sem poder contar com vias públicas decentes para trafegarem.

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