Piracicaba bate recorde histórico de temperatura em 103 anos: 40,4ºC

Por edicao_jp | 03/10/2020 | Tempo de leitura: 2 min

A onda de calor que toma o país tem feito diversas cidades baterem recordes históricos de temperatura e em Piracicaba não é diferente. A cidade bateu o recorde dois dias seguidos.

Às 15h32 de ontem (2), os piracicabanos enfrentaram 40,4ºC, índice mais alto desde que o Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP começou as medições em 1917. O recorde anterior foi na última quinta-feira (1), às 13h54, quando a máxima na cidade tinha batido os 40,3º C.

O título de dia mais quente da história na cidade até 2020 era 18 de novembro de 1985, que atingiu 40,2º C.

Na quarta-feira (30), Piracicaba havia registrado máxima de 39,8º C, valor mais alto para setembro na série histórica.

O calor tende a ser amenizado neste final de semana, com máxima prevista para 35º C hoje (3) e 30º C amanhã (4). Mas as máximas próximas aos 40º C voltas na próxima semana, com previsão de 38º C para os dias 7 e 8 e 39º C para dia 9, segundo a previsão do tempo para Piracicaba feita pelo CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O professor do setor de agrometeorologia do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq, Felipe Pilau, explica que a onda de calor é causada por uma massa de ar quente e seco que está sobre o país. Elas impossibilitam a ação das frentes frias.

Além dos problemas cotidianos de falta de água, baixa qualidade do ar e as queimadas, Pilau lembra que as consequências também serão sentidas no futuro, como na pecuária e nas safras de verão da agricultura, que estão atrasadas. “Já está entrando aí no mês de outubro, que já deveria ter mais chuva e muitas lavouras da safra de verão poderiam começar a ser plantadas, soja, milho”, comenta.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Pilau conta que já existiram ondas de calor parecidas com essa. Mas pontua que as altas temperaturas têm sido mais frequentes. Por isso, explica, “isso pode, sim, estar relacionada à mudança climática”.

CHUVA
Há previsão de chuva para a região apenas entre os dias 11 e 14 de outubro, segundo o modelo GFS (Global Forecasting System). “Até lá, não há indicativos de chuva, apesar da possibilidade de pancadas isoladas”, comenta o meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri (Centro de Pesquisa Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultara), da Unicamp.

Andressa Mota

andressa.mota@jpjornal.com.br

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