Vaginismo

Por Luiz Xavier | 15/09/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Hoje vamos falar sobre uma disfunção sexual que atinge muitas mulheres: o vaginismo - uma dor extrema na hora da relação sexual, causada muitas vezes pelo medo e estresse excessivo, e que se caracteriza pela contração involuntária dos músculos da vagina o que dificulta muito a penetração. É como uma reação corporal automática de medo diante da possibilidade de uma penetração vaginal.

Os músculos da vagina se contraem e a mulher não tem controle sobre isso. Algumas mulheres encontram dificuldade até para inserir um absorvente íntimo.

O vaginismo traz uma carga emocional pesada para os relacionamentos. Não é raro ouvir de pacientes relatos do tipo: “Eu sinto medo de que os meus parceiros pensem que eu não goste deles ou que eu não me sinto atraída por eles”.

Dentre várias causas, infelizmente, a mais comum é o abuso sexual sofrido na infância ou na adolescência, onde o abusador é quase sempre uma pessoa muito próxima da vítima (pai, padrasto, tio, primo, irmão mais velho, vizinho, etc.).

O abuso desencadeia diversos traumas. Um deles é o vaginismo e, boa parte das vezes só é percebido quando a mulher tem sua primeira relação sexual. Muitas mulheres afirmam ter descoberto o problema durante a lua de mel por não conseguir ter relação sexual com o marido.

Muitos parceiros, quando sabem que a esposa sofreu o abuso, compreendem a situação e buscam tratamento em sessões de psicoterapia sexual de casal para resolver o bloqueio emocional. Mas, nem sempre é assim…

Nós sabemos que desde pequenas as garotas são desencorajadas a se tocarem e se distanciam do próprio corpo. O tempo todo ouvem que “ali não pode”, criando um medo do íntimo. Esse tipo de educação também pode levar ao vaginismo.

Relacionamentos abusivos também dificultam a vida sexual. Muitas mulheres relatam que quando sentem muita dor durante a relação sexual fazem uso de anestésicos ou bebida alcoólica. E se sentem culpadas por não dar prazer para o companheiro.

O vaginismo não tem uma causa orgânica, nem ocorre por causa de processos inflamatórios. Normalmente, nasce de um medo ou trauma pelo qual a mulher passou e esse problema pode se manifestar em diferentes fases da sua vida.

O tratamento inclui apoio psicológico, fisioterapia, exercícios de relaxamento com técnicas que ajudam a soltar os músculos vaginais, ou seja, junto com a psicoterapia sexual, o tratamento é feito com algumas técnicas, por exemplo, com dilatadores vaginais que, progressivamente, aumentam de largura e tamanho, para fazer com que a mulher se acostume a ter algo dentro da vagina, exercícios de assoalho pélvico também podem ser usados. E também é importante procurar ajuda na fisioterapia pélvica com profissional especializado.

Mudando um pouco de assunto, mas ainda falando de sexualidade humana, quero convidá-los para participar de uma “live” que farei no dia 28 de setembro, às 19h:30, última segunda feira do mês. A “live” será transmitida pelo Instagram: @luiz.xavier1.

Vamos abordar assuntos relacionados às disfunções sexuais no homem e na mulher. Convidei um especialista no assunto: o amigo, sexólogo, psicoterapeuta sexual e de casais, Dr. Oswaldo Rodrigues Jr. Vocês vão gostar e poderão tirar várias dúvidas e desmistificar conceitos errôneos e até preconceituosos que, porventura, atrapalham a sua saúde sexual. Anotem na agenda!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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