Os desejos, a emoção e a razão

Por Francisco Ometto | 15/09/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Você já teve algum pensamento que você considera proibido, que dificilmente você teria coragem de revelar ou que te trouxe algum desconforto? A dualidade proposta pelo ético e o não ético provoca reações negativas em qualquer ser humano. O desconforto é produzido pelo conflito gerado por esta dualidade e este processo não poupa ninguém. O diferencial está no gerenciamento dele, que, quando não feito ou mal feito, traz vários tipos de consequências psíquicas.

Devemos agir guiados pela lógica ou por impulsos emocionais? Mas, e os desejos? Eles são proibidos? Imagine, então, se tudo o que você pensasse se tornasse realidade… Isso seria bom ou ruim? Talvez você já tivesse assassinado muita gente, não é?

Nossos pensamentos, muitas vezes, nos deixam envergonhados e até nos fazem sentir culpa. O fato é que muitas vezes não conseguimos nos livrar deles e, quanto mais tentamos, mais eles avançam, gerando, muitas vezes, consequências irreversíveis.

Antes de mais nada, é preciso entender o processo: pensar, sentir e agir. Tudo funciona nessa ordem. Você é hoje o que pensou ontem e será amanhã o que pensa hoje. Veja o grau de importância de uma educação emocional que gerencie de forma adequada esse processo, para o sucesso da sua vida pessoal e profissional.

Importante também lembrar que pensar é algo bem diferente de fazer. Pensamentos seduzem, emocionam, impulsionam, dão energia, mas o que faz as coisas acontecerem são as atitudes, as ações, a prática. Claro que os sonhos e os pensamentos são motivadores, orientadores e condutores das realizações, mas é preciso saber colocar cada coisa no seu lugar, gerenciar-se com equilíbrio; e isso faz toda a diferença, observe o mundo como está…

De um modo geral, as pessoas não são boas ou más apenas por terem desejos. Todos possuem esse conjunto adverso e abrangente, afinal, somos seres humanos, recebemos o dom do pensar e temos, portanto, uma capacidade enorme de criar, imaginar. Detalhe: para o bem e para o mal…

O fato é que vivemos em sociedade e, para o bem de todos, existem regras em comum. Portanto, não temos o direito de agir como quisermos. A reflexão de hoje nos convida, portanto, ao entendimento e ao gerenciamento do limite e do equilíbrio quando tratamos do conjunto pensamento e atitude, fantasia e real. Exponho, portanto, aqui, alguns sinais e alertas de possíveis quadros que estão a caminho de se transformarem em problemas ou que já se transformaram, nos mais diversos níveis: se você está confuso nesse entendimento ou não está conseguindo gerenciar esse limite ou esse equilíbrio, ou seja, se o real e a fantasia não estão nos lugares que precisam estar; se está havendo dificuldade de controlar o que se pensa e o que se faz, ou se a culpa está trazendo sofrimento e algum desajuste (ou o sinal dele); se os seus desejos, pensamentos e ações estão de alguma forma atrapalhando sua rotina ou invadindo os direitos e a liberdade de outras pessoas, é hora de buscar ajuda profissional.

“Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão”. (Carl Jung)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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