Secretário de Educação perde a razão e parte para a agressão gratuita

Por Professora Bebel | 31/08/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Reportagem do UOL Educação de sexta-feira, 28 de agosto, trouxe pesquisa inédita encomendada pela APEOESP para o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) que apontou a quase absoluta incompatibilidade das escolas públicas de São Paulo às regras sanitárias de prevenção da COVID-19.

Neste estudo, em resumo, concluiu-se que 94% das salas de aula das escolas públicas de São Paulo são incompatíveis com parâmetros mínimos de segurança sanitária. 82% têm apenas dois sanitários e 79% não dispõem de vestiários. Outros 48% não têm sanitário adequado para PCD.

Ao invés de ler o estudo e rebater a metodologia adotada, Rossieli preferiu desqualificá-lo dizendo que sou filiada ao PT, partido que faz oposição ao governo Doria. Personalizar o debate, ou fulanizá-lo, é típico de quem não sabe ser contrariado. Mais ainda, é postura de quem se viu sem ter o que dizer.

O tiro, porém, saiu pela culatra. Atuei, como sempre atuo, no exercício das minhas competências e duplamente legitimada pelos votos dos associados da APEOESP e do povo paulista, que me concedeu mandato na Assembleia Legislativa. Represento cidadãos e cidadãs que têm a expectativa de que eu atue na fiscalização das políticas públicas.

Poderia até mesmo invocar minha condição de contribuinte para questionar a (má) qualidade das políticas públicas educacionais paulistas. Em momento algum adotei a estratégia da desqualificação do secretário. E nunca escondi de ninguém minha filiação ao PT, partido pelo qual me elegi deputada estadual. Não há nada de errado ou ilícito nisso. Pelo contrário: é da democracia, que, aliás, nós do PT defendemos ferrenhamente.

Ele, que foi ministro do governo Temer e que hoje é secretário do governo Doria, serviu e serve a projetos político-partidários. Ontem, ao MDB de Michel Temer. Hoje, ao projeto do PSDB de Doria. Por que não assume isso?

Rossieli podia ter a decência de ler o estudo que encomendamos a entidade de reconhecida reputação e expertise técnica e apontar as inconsistências que eventualmente encontrar.

Quem fala em números que não comprova é ele, não nós, que nos acautelamos buscando apoio na ciência e na técnica e em entidade institucional, sem nenhum viés ideológico. Ao agir dessa forma, revela seu despreparo para o cargo, sua truculência e seu viés autoritário.

Tenho muito orgulho de ser filiada ao Partido dos Trabalhadores e de estar, desde o início da pandemia, na trincheira dos que defendem o direito à vida. Não posso dizer o mesmo do secretário da Educação do Estado de São Paulo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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