Por que o mal existe?

Por Francisco Ometto | 07/08/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Por que uns escolhem o bem e outros o mal? Neste momento vem à mente a existência de políticos corruptos, a violência contra crianças, contra mulheres, os assassinos, os ladrões, os maus tratos contra idosos, o ódio, a vingança, os desentendimentos, as crises nos relacionamentos, a inveja, brigas, guerras e tantos outros “males”.

E quando alguém revida algo ruim que recebeu? Logicamente passa a fazer parte da culpa, ou seja, fica no mesmo nível, como normalmente
dizemos.

O fato é que falamos do mal, normalmente, como algo que nos é feito, entretanto cabe aqui, também, a reflexão do quanto também o fazemos.

Agir de forma boa ou não vem das escolhas que fazemos e, mesmo que nosso passado tenha nos influenciado para escolher o bem, há em nós forças negativas ou influências (que permitimos) e que podem ser “acionadas” sob algumas circunstâncias.

Para o filósofo Platão, o mal consiste na falta de perfeição; oras, se ninguém é perfeito, o ser humano tem predisposições para a maldade. O fato é que ela surge e se desenvolve no ser humano por diversos fatores ligados à sua construção psíquica, ao longo da vida. Em grande parte pode-se atribuir ao indivíduo a necessidade que ele tem em pegar “atalhos” para viver ou sobreviver, uma vez que, por falhas na construção de sua identidade, seu senso de capacidade ou de merecimento, algo foi obstruído e, então, não acreditando mais em si, no que pode ou no que merece, ele precisa utilizar meios mais “fáceis” para “resolver seus dilemas”.

Independente de causas, teorias ou opiniões, a maldade produz verdadeiros estragos na vida individual e coletiva.

Resumindo, nascemos com a essência do bem. Essa é nossa natureza e não tenha dúvida que, qualquer caminho trilhado fora desse roteiro não vai acabar bem nem nos proporcionar equilíbrio emocional, a despeito das aparências. É uma lógica tão clara que passa até desapercebida para muitos, que colocam o egoísmo ou o orgulho como motores de suas vidas. Quer vencer o mal? Busque ajuda! Aplique o bem! Nos momentos em que nos sentimos ameaçados, injuriados, injustiçados ou em ambientes que propiciem que as sombras tomem vida é que o amor se esconde, dando lugar à raiva, à angústia, ao medo. Aplique o “antídoto” e surpreenda-se com os resultados!

Sim, o mal está se multiplicando no mundo e não podemos fechar nossos olhos para esse fato, porque, para vencer qualquer inimigo, precisamos saber enxergá-lo, entendê-lo e enfrentá-lo. Quando a sociedade começa a acreditar que todos os problemas estão sendo causados pelos “outros”, aí que o mal se instala com mais força. Portanto, os bons precisam “escolher” estar à frente. Motivo? Só eles estão aptos a moldar esse mundo para o bem.

Calar e aceitar o que acontece é estar conivente. Além disso, é preciso ter autoconsciência do mal que nós praticamos, não só o mal que os outros praticam. E é só esse trabalho conjunto, inicialmente de dentro para fora, que mudará o mundo.

“Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos, que determina a bondade ou a malícia”. (Agostinho de Hipona, conhecido mundialmente como Santo Agostinho).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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