A maior lição de Sócrates

Por Francisco Ometto | 27/07/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Questionador, humano, autêntico. Por incrível que você possa achar, ele, Sócrates, não escreveu nada, não tem nenhum livro… Foi Platão, um de seus alunos, quem deixou registrados os pensamentos e ensinamentos de Sócrates, que foi o responsável pelo início do “Período Socrático ou Antropológico”, substituindo a filosofia anterior (pré-socrática), uma vez que, com ele, a abordagem se direcionou para questões ligadas às relações humanas e a vida em sociedade, com temas ligados à justiça, ao bem, a moral e a verdade. Vou mostrar a você hoje, qual foi a maior lição deste filósofo, que viveu no período de 470 – 399 a.C., revolucionando o pensamento ocidental. E, no final deste artigo, mostro uma técnica que pode ajudar a transformar sua vida para melhor.

Sócrates era um grande crítico e valorizava a reflexão. Para ele, não saber algo era positivo, pois assim seria possível caminhar até o saber e, desta forma, obter um conhecimento seguro. Sua famosa frase “Só sei que nada sei”, revela esse interesse em buscar a qualidade do conhecimento e, ao mesmo, tempo, a humildade que pautava sua vida.

Para Sócrates, somos cada vez melhores à medida que olhamos para dentro de nós mesmos, ou seja, a verdadeira descoberta está em nossa mente e não fora dela. O “Conhece-te a ti mesmo” de Sócrates é a frase de onde nasceu e resume o que hoje se fala muito: o autoconhecimento.

A “maiêutica socrática” é uma de suas grandes dádivas, e utilizo essa ferramenta nos meus atendimentos, pois, através dela, quebramos argumentos vindos de ideias erradas que formamos em nossas mentes, opiniões alheias, crenças limitantes, frases ou afirmações que “compramos” ao longo da vida e não nos fazem bem, consciente ou inconscientemente. Ela é baseada em contra-argumentos, questionamentos que fazem surgir contradições e, a partir daí, são produzidas novas ideias, descobertas, correções.

É claro que essa postura questionadora, reflexiva e altamente inteligente, feriu conceitos e interesses da época e, então, Sócrates foi condenado à morte pelo “Conselho dos Quinhentos”, órgão político ateniense. Porém, lhe foi dada a chance de pedir “perdão” e retirar tudo o que ensinou, mas ele preferiu a morte do que deixar de ser o que ele era, deixar de pensar no que acreditava. Ele tinha um propósito de vida e não o deixou por nada. Dentre muitas virtudes, a grande lição, então, deste sábio filósofo, foi a autenticidade e, em 399 a.C., Sócrates morreu, ingerindo um copo de cicuta (veneno), aos 70 anos.

Como prometi, faço um convite a você, trazendo uma ferramenta reflexiva altamente transformadora. Imagine que você morreu e uma pessoa muito próxima a você e que te conhece bem há bastante tempo escreverá uma carta sobre você, sobre como foi sua vida e tudo o que ela pensa sobre você. Imagine o que será escrito nesta carta. No final, você diria a si mesmo que cumpriu sua missão, foi fiel ao seu propósito de vida e está em paz?

Reflita imparcialmente sobre as conclusões que chegará.

Finalizo nossa viagem de hoje com uma das frases mais famosas de Sócrates: “O poder se torna mais forte quando ninguém pensa”.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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