Inveja ou cobiça?

Por Francisco Ometto | 08/06/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Um corvo, que vivia na floresta, plenamente satisfeito com a sua vida, um dia viu um cisne e pensou: “Este cisne deve ser a ave mais feliz do Planeta!” e falou isso para o cisne, que respondeu: “Eu achava que era a ave mais feliz até ver um pavão. Eu tenho apenas duas cores, mas o pavão tem várias cores.” Intrigado com o rumo que as coisas estavam tomando, o corvo, então, foi ao encontro do pavão, num jardim zoológico. Observou uma grande quantidade de pessoas reunidas para vê-lo. Quando as pessoas foram embora, o corvo abordou o pavão, afirmando: “Como é bom ser um pavão. Tanta gente aqui para vê-lo. Quando as pessoas me veem, elas se espantam. Sem dúvida, você é a ave mais feliz do planeta.” O pavão, então, respondeu: “Eu sempre pensei que eu era a ave mais feliz do planeta, mas por causa da minha beleza, estou preso neste jardim zoológico. O corvo é um dos pássaros que não é mantido em uma gaiola. O corvo sim é feliz!

Um dos grandes sinalizadores para o autoconhecimento é saber se temos inveja ou cobiça. São coisas bem distintas! A inveja apenas prejudica quem sente, pois ela não se conforma com o “sucesso” do outro. Não é sobre o que o outro consegue, mas o fato de incomodar ele ter conseguido… A cobiça não se irrita ou se incomoda com o fato do outro ter conseguido alguma coisa, mas, ao invés disso, aplaude, reconhece e, ao mesmo tempo, se transforma numa “alavanca” para que se consiga, também, o que o outro conseguiu. Mas, junto com isso, na entrelinha que precisa ser analisada, há um vírus extremamente perigoso, que é a comparação. Vivemos nos comparando e, se não entendermos essa dinâmica, a comparação vai se tornar doença, pois, na maioria das vezes, tem a inveja como causa. Portanto, é fundamental se “curar” da inveja e entender até que ponto a comparação com os outros está sendo prejudicial.

Cada um de nós tem seu tempo, sua construção psíquica e está numa etapa emocional na dinâmica desta vida aqui na Terra e, aproveitar o que somos e o que temos agora - somado às atitudes para evoluirmos e à consciência de que sempre haverá alguém que terá mais ou então menos que você - é o que faz valer a pena estarmos vivos. Se a felicidade estiver “indexada” a terceiros, a bens ou prazeres físicos, ela nunca será alcançada, uma vez que sempre haverá um “novo lançamento”, fazendo da pessoa uma escrava de conquistas, num círculo vicioso e infinito de angústias e frustrações.

A vida acontece a todo momento, “para você”. O diferencial é a forma como você reage a cada dádiva que a vida vai lhe proporcionando e, ao mesmo tempo, ao esforço que você faz para aumentar seu nível emocional e, assim, abrir os caminhos para o seu sucesso.

Reação. É isso que move o mundo. Infelizmente muitos já nem têm mais, absorvidos que foram pela falta do autoconhecimento que transforma. Muitos têm, mas, por falta de direcionamento, capacitação ou problemas culturais, a usam para caminhos errados. Sua vida está como está (maravilhosa, boa, média, ruim, etc.) porque você a projetou ou aceitou assim, exatamente como ela está.

A busca da nossa essência é a única responsável pela nossa cura e pela nossa felicidade e cada um deve buscar a sua. Quando delegamos isso, alteramos a nossa rota para a felicidade, perdendo tempo, energia e saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.