Os que “são” e os que “estão”

Por Francisco Ometto | 23/05/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Quantos ensinamentos uma crise nos traz! É só navegar um pouco nas redes sociais, fazer leituras, assistir TV, ouvir pessoas e vamos tendo um retrato profundo de quem é quem. Sim, somos heterogêneos (ainda bem!), mas precisamos aguçar um pouco melhor nossos “filtros”. A opinião de alguém não necessariamente tem que ser a minha opinião e… tudo bem! Não precisa haver guerra por isso! O filtro é um santo remédio que faz das pessoas seres “pensantes”, por conta própria. Só que filtro não é sair discordando de tudo e de todos, mas, sim, entender, sabiamente, que o que o outro pensa não precisa ser o que eu penso. Filtro é “comprar” para mim o que eu concluo que serve “para mim”, após uma análise apurada, lógico.

Que essa fase de pandemia está apresentando muitas “propostas” de transformação às pessoas, não temos dúvidas. Que ela, como em qualquer outra situação de crise, nos mostra o famoso “quem é quem” em nossa casa, bairro, cidade, país ou mundo, também está cada vez mais claro.

Temos, por exemplo, muitas pessoas “famosas” e idolatradas, mas temos também muitas pessoas “importantes”, que não são nem um pouco lembradas ou valorizadas e essa pobreza emocional é muito ruim para a sociedade como um todo. Existe uma grande diferença entre pessoas famosas e pessoas importantes. Ser famoso muitas vezes não traz benefício nenhum para o “todo”. Pessoas importantes sim. Repare bem nas pessoas que se aproximam, convivem com você ou aquelas que não fazem parte do seu convívio. Você vai perceber que alguns “são” você e outros “estão” com você. Normalmente, aqueles que “são” você te incomodam, são sinceros, as vezes até te enfurecem, mas… estão com você para o que der e vier. Com um mínimo de percepção isso fica claro.

Os que “são” você são os chatos que não te querem pelos seus atributos físicos, pela sua situação financeira ou outros interesses e temas superficiais. São os que não estão nem aí com seus defeitos. Podem até reclamar, mas, no fundo, aceitam você como você é. Entretanto, há também os que “estão” com você (ou nem isso). Eles até podem ser pessoas bacanas, interessantes em muitos sentidos, etc., mas a inteligência está em entender que não precisamos disso, aliás, esse grupo de pessoas na verdade nos atrapalha, pois quem apenas está com a gente não nos traz o que nossa alma precisa. Eles são “os outros” em nossa verdadeira história de vida. “Estar” pode até ser prazeroso, mas ilude. Portanto, prefira o “ser”.

Fica o convite para essa reflexão. Vale a pena. Seja inteligente e receberá os benefícios dessa mudança de atitude. Nós precisamos de quem realmente nos ame de verdade. Nossa alma precisa disso. Faz parte de nossa essência. Não aceite nada meia boca para você ou com você. Precisamos dos que “são”. E que, nesta reflexão, esteja presente um pensamento imprescindível, que traduzo numa frase do escritor inglês Aldous Huxley: “Conhecimento não é aquilo que você sabe, mas o que você faz com aquilo que você sabe”.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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