Quem procura, acha

Por Francisco Ometto | 24/04/2020 | Tempo de leitura: 3 min

“A Psicanálise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que devemos evitar. Ela nos diz o que deve ser eliminado”. (Freud).

Estamos tendo uma enorme oportunidade de repensar nossa vida. Estamos tendo uma excepcional chance de observar quem é quem. Na política, na sociedade, nos valores, na ética, nos sentimentos, nos relacionamentos; tanto os que estão quanto os que não estão perto de nós fisicamente.

Nosso mundo só vai mudar quando a palavra “empatia” for melhor compreendida e praticada. Muitos sábios já afirmaram que a vaidade, o egoísmo e o orgulho vão destruir a raça humana. O “eu” está valendo mais do que o “nós” e isso é, indubitavelmente, fatal. Muita gente não está entendendo que essa fórmula prejudica a todos, inclusive quem pensa assim. A felicidade que o ser humano precisa não está no poder ou no que o dinheiro pode comprar e, apesar desse raciocínio não ser aceito por muitos, as estatísticas e os remédios provam sua veracidade. Muitos são tão pobres, mas tão pobres, que a única coisa que possuem é o dinheiro. Ser não tem nada a ver com ter e a cegueira da inteligência emocional está levando as pessoas ao sofrimento, às doenças e à morte.

Muitas vezes, melhor do que saber o que fazer, é saber o que não fazer. Como reclamar da corrupção na política, mas praticá-la nos pequenos detalhes do dia a dia? (como nos preços superfaturados em estabelecimentos, no ganho ilegal de um benefício e tantos outros exemplos). Como, paradoxalmente, dizer que ama sua família, seus filhos e o seu país e aceitar que haja tanta enganação, mentira e corrupção na política? Mas, afinal, quem ama não cuida? Por que reclamar de um canal de televisão e continuar assistindo? Como condenar alguém “para sempre” por um ato cometido no passado? A vida é muito mais dinâmica do que este pobre e preconceituoso raciocínio. Por que acreditar em tudo o que falam sem fazer um bom filtro antes de aceitar aquilo como verdade e independente de quem quer que seja? Por que dizer sim quando lá dentro grita o não? Por que manter um emprego ou uma atividade sem gostar intensamente do que faz? Para que ficar na zona de conforto sabendo que ela não traz nada de novo? Por que fazer sempre do mesmo jeito e achar que vai obter resultados diferentes? Por que ainda se entregar a fórmulas mágicas e rápidas para curar problemas físicos e emocionais? Por que fazer ou falar coisas que efetivamente não fazem bem? Para que assistir ou ler a negatividade e a parcialidade em algumas mídias e redes sociais? Por que ignorar conflitos internos ou ligar o piloto automático da própria vida? Para que se manter no que não se é feliz? Mas, quando chega a ansiedade, a depressão, a angústia, o sofrimento, a frustração, a doença, o choro, as pessoas se perguntam: “O que está acontecendo comigo? Por que estou assim? O que fiz de errado?” Freud responde com uma pergunta: “Por que algumas pessoas procuram tanto a infelicidade e quando a encontram se surpreendem?”

Nós somos os únicos responsáveis pela nossa felicidade.

O que você tem procurado?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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