João Felício é da geração de sindicalistas da Educação que via nela, a Educação, a perspectiva de avançarmos nas conquistas específicas e gerais dos professores. De sua boca, sem nenhum preconceito, não saía palavras de ordens, mas propostas embasadas em princípios.
Concluiu três mandatos como presidente da Apeoesp. Liderou a primeira maior greve do magistério paulista, em 89. Fui formada neste contexto de lutas. Quantas vezes, pensava eu com meus botões, “ nunca quero ser presidente da Apeoesp".
João era um malabarista nas palavras em cima do caminhão. Frase que até hoje rumina na minha cabeça - “ se ninguém tiver juízo aqui, vai virar uma bagatela “. Bagatela, isso aí, gostei”. Grande João. Expressava os dois lados da política,a paixão e a razão. Equilibrava. Malabarista. Artista das palavras, colocava - as com emoção.
Professor de educação artística no Cedom, zona norte de São Paulo. Foi para CUT. Encontrava tempo para visitar escolas. Exclamava e parafraseava Milton Nascimento- “ temos que ir onde o povo está “. Ao ecoar estas palavras , demonstrava uma concepção sindical de base , de massa, com a máxima participação da categoria. Muito difícil falar da trajetória de João Felício. Porém, pessoa de acesso fácil e generosa.
Salve João.
Obrigada por tudo!!!
Sempre estará presente entre nós.