Estamos na luta contra novos pedágios!

Por Professora Bebel | 20/01/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Estive nesta sexta-feira na Agência de Transportes do Estado de São Paulo, acompanhada de Vereadores e de lideranças de comunidades, para tratar da questão dos novos pedágios decorrentes da privatização de rodovias na região de Piracicaba. Existe uma discussão sobre um desconto cumulativo que poderia ser aplicado de acordo com a frequência de uso, mas nossa luta é para que essas praças de pedágios não sejam instaladas.

Relembro que o leilão vencido pelo consórcio liderado pelo Pátria Investimentos, realizado em 08 de janeiro, concedeu 1.273 quilômetros de rodovias, a partir da região de Piracicaba, e estabelece a colocação de praças de pedágios na SP-304, entre Piracicaba e Águas de São Pedro, no km 183,3, e entre São Pedro e Santa Maria da Serra, no km 210,8, e na SP-308, entre Piracicaba e Charqueada, no KM 180,4. A cobrança dos pedágios deverá ser iniciada de imediato, sendo de R$ 5,64 na SP-304 e de R$ 5,00 na SP-308 para veículos de passeio e por eixos para caminhões, enquanto que para motocicletas será cobrado R$ 2,82 na SP-304 e R$ 2,50 na SP-308.

Em troca, a concessionária vencedora da licitação deverá realizar melhorias e duplicar a Rodovia Geraldo de Barros (SP-304), entre São Pedro (SP) e Santa Maria da Serra (SP), e a Rodovia Hermínio Petrin (SP-308), num prazo de 30 anos.

Lembro que no período eleitoral de 2018, tanto o então governador Márcio França quanto o deputado Roberto Morais haviam negado a privatização.

Agora, esses pedágios encarecerão ainda mais o deslocamento dos trabalhadores, como é o caso dos professores que residem em uma cidade e, muitas vezes, trabalham em outra, e dos produtos que são transportados por estas rodovias. Os trabalhadores, de maneira geral, já ganham pouco e ter mais esta despesa reduz ainda mais o seu poder de compra, sem contar que os produtos que são transportados por estas rodovias ficarão mais caro, uma vez que a tarifa do pedágio é embutida no custo final das mercadorias.

Acredito que é necessária a união de todos na região, parlamentares, prefeitos, lideranças, para impedir esse ataque aos direitos da população. Não vamos aceitar a intransigência do Governo Estadual, que faz negócios com o patrimônio público para beneficiar possíveis apoiadores, em detrimento do interesse social.

Nosso mandato popular na Assembleia Legislativo está voltado para a defesa do desenvolvimento regional, o que inclui, sobretudo, as necessidades da população mais pobre. Isso vale para a região de Piracicaba, da mesma forma que vale para todas as regiões do estado de São Paulo, que vêm sofrendo com as políticas de “Estado mínimo”, que desmontam políticas públicas, sucateiam os serviços públicos que atendem à população mais pobre, impõem de forma autoritária, terceirizações, privatizações e concessões ao setor privado. Aos que protestam, o governo Doria responde com repressão, discriminação e perseguição.

Não vamos cessar a nossa luta. Ela está apenas começando. Vamos recorrer a todos os meios disponíveis e nosso mandato está pronto a atuar onde for necessário. Contra pedágios abusivos, em defesa da tarifa social para água e saneamento (para cujo projeto de iniciativa popular estamos coletando assinaturas em Piracicaba) e demais demandas.

Vamos nos unir. Todos juntos somos fortes e podemos vencer.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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