Você gosta de política?

Por Francisco Ometto | 18/01/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Desde que foi criado, todo ser humano tem a tendência de possuir tudo o que está a sua volta e obter mais vantagens do que os outros. E o assunto se estende até o ato de oferecer propina para esquivar-se de pagar uma multa de trânsito ou então deixar de ceder um assento à pessoa idosa. Exemplos são muitos e a questão é: como harmonizar tudo isso? Precisamos viver em comunidade, respeitando ao próximo e as regras, de maneira organizada e justa.

Vale lembrar que Freud passa a se preocupar com os assuntos políticos e sociais após os impactos da Primeira Guerra. Nos seus dois ensaios a respeito, o primeiro em 1915 e o segundo em 1922, ele prova ao mundo a hipocrisia da sociedade moderna e de forma brilhante mostra que nosso inconsciente é capaz de tudo, inclusive de matar.

Freud contribui mais ainda com o tema quando sustenta que “todo homem veio ao mundo para cumprir duas premissas básicas: amar e ser amado”. Sigmund Freud, na primeira metade do século passado resumiu inteligentemente a missão para qual os homens foram predestinados e, paradoxalmente, mostrou que, muitas pessoas – no desejo de serem amadas e aceitas – apegam-se ao poder como forma de proteção à sua autoimagem e, por isso, precisam exercer o poder para se sentirem amadas e protegidas e o que mais agrava (e explica) esse cenário é o fato de que o capitalismo associa poder ao dinheiro.

Ainda para Freud, o equilíbrio e a verdadeira liberdade são metáforas que somente se tornam reais quando há um equilíbrio entre o ego (razão), o superego (moral, limites) e o id (inconsciente, instinto, registros, base). Portanto, qualquer desequilíbrio é consequência direta de uma falha na estruturação do superego, ocorrendo em indivíduos onde a consciência moral e a ética não se instalaram.

Pois bem, meu caro leitor, fazer política não deve ser sinônimo de ganhar a próxima eleição ou aumentar a conta bancária. Na verdade, falta saúde emocional em quem não pratica a política como ela realmente deve ser; ou corrompe e é corrompido (“A” moral).

Tenho plena convicção que, se cuidássemos desse assunto de forma educativa e preventiva já nos primeiros anos escolares, não estaríamos vivendo esta catástrofe, consequência de neuroses e psicoses que infelizmente crescem assustadoramente. Nas várias terapias que uso, atuo através da pesquisa e das ações na fonte de todo e qualquer problema que esteja acometendo emocionalmente o ser humano. Busca-se a causa. E na causa faz-se a correção. Com ferramentas apropriadas, muda-se o comando na base de tudo, ou seja, no lugar que tem o poder de nos transformar: a mente.

Quanto à política, é fundamental compreender que, quando não gostamos de alguma coisa, a primeira tarefa é aprender mais sobre ela, ou seja, conhecimento. Isso expande e transforma. E veja: política nada mais é do que a busca da convivência pacífica em comunidade. Ela é necessária exatamente pelo fato de que, querendo ou não, vivemos em comunidade e não pensamos todos da mesma forma. Veja a importância de “praticarmos” política. Existem coisas erradas nela? Sim, mas… como disse Freud: “Qual sua responsabilidade na desordem que você reclama?”

Que tal aproveitarmos essa onda positiva que começou e mudarmos esse país de uma vez por todas?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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