André Aquino

Fome e uma reflexão

Por André Aquino, chef de cozinha | 27/07/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Fome
Fome

Existem milhares de pessoas que passam fome no Brasil, e nossa região faz parte dessa terrível estatística. De acordo com 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), em 2022, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer.  São 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome, em pouco mais de um ano, comparado com 2020. 

Sentado no meu escritório escrevendo esta coluna, talvez a pobreza e a fome pareçam algo tão distante do meu dia a dia, afinal, tomei um delicioso café, acompanhado de um pão extremamente saboroso. Mesmo com toda a crise que roda o mundo nos últimos anos, não tenho do que reclamar, pelo contrário, pois profissionalmente só tenho a agradecer. Mas, essa não é uma realidade para milhares e milhares de pessoas, que ao chegar em suas casas não têm nem um pão velho para comer. Talvez alguém possa dizer: “E por que essa pessoa não vai trabalhar? Deve ser um vagabundo”. Será? Sim, lógico, existem pessoas que não gostam de trabalhar, inclusive, conheço pessoas que têm muito dinheiro e não gostam de trabalhar. Mas já sei, alguém pode falar então que a pessoa ganha pouco porque quer, se ela quiser mesmo, vai trabalhar mais. Mas será? Será que realmente conhecemos a realidade das pessoas? Será que realmente nos colocamos no lugar do outro? Será que já experimentou viver como tantas pessoas? E olha, não estou falando de pessoas que passam dificuldade, estamos falando de pobreza, de fome.  

Gostaria de ter mais espaço nesta coluna para retratar meus infinitos pensamentos, entretanto, estou limitado pelos caracteres. Mas, antes de encerrar, nesse cenário tão cruel, que muitos preferem não ver, existem pessoas do bem, pessoas que tiro meu chapéu, rendo minhas homenagens, pessoas que se dedicam em ajudar ao próximo. Basta dar um ‘google’ e pesquisar na sua cidade “como doar alimentos”, e vocês vão encontrar várias opções. Além disso, caso não encontre ninguém, busque o fundo de solidariedade da sua cidade. Eu sei, as coisas estão caras nas gôndolas de supermercado, mas nem que seja apenas 1kg de arroz, que pode parecer pouco, será muito para alguém. 

Desculpem por não indicar nenhum estabelecimento incrível essa semana, prometo que na próxima edição vou trazer várias novidades. Mas hoje, está difícil de indicar um bom lugar para comer uma picanha, quando você vê pessoas sem nada. 

Um ótimo final de semana. 

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