Kelma Jucá

Senhas, pra que te quero?

Por Kelma Jucá, jornalista | 18/05/2022 | Tempo de leitura: 2 min

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Senhas. Assim, no plural. Ou até no superlativo. Eu tenho muitíssimas senhas para administrar. Foi mesmo um abençoado quem criou o reconhecimento por digital no celular. Já tive que bancar a hacker do meu próprio aparelho, visto que – num período de apurada desconfiança, trocava de senha uma vez por semana – e, mais do que esperado, esqueci qual o traçado que o dedo tinha de fazer para “abrir” o smartphone. Uma verdadeira afronta, pois deixava claro quem era o dono de quem.

Para o caixa eletrônico bancário, tenho uma tática infalível. É igual a dirigir. Não sei explicar qual pé uso para frear ou acelerar o carro. Eu sento no banco do motorista e ajo como tal. Descobri que ajuda se eu me comportar com a mesma convicção com a senha bancária. O sistema solicita os números e eu aperto as teclas – com força, inclusive! – para resolver o pleito da vez. Faço isso nos 4 diferentes bancos em que tenho conta.

E atire a primeira pedra quem nunca deu uma bugada que seja ao tentar lembrar da senha do e-mail corporativo. Experimente passar 15 dias de férias e sentar na frente do computador para se atualizar das demandas do serviço. O seu HD pessoal vai dar uma leve travada – e não me refiro ao PC.

Tem ainda os e-mails pessoais. Eu tenho três, e um é cativo do outro. Quando esqueço a senha de um, automaticamente ele sugere outro e-mail para me enviar uma nova senha de acesso. Naturalmente, já esqueci a senha do e-mail que deveria me salvar do esquecimento da senha anterior.

Admito que minha saga com os e-mails começou após o divórcio. Eu cultivava há anos a mesma senha com referências ao então marido. A senha era tão boa e prática, que a mantive por um tempo após o fim do relacionamento. Só quando assumi um novo namoro, me vi num dilema ético e moral, e mudei a senha. Mais experiente, havia aprendido: nada de romance nas passwords! A vida me mostrou que tinha razão, pois, foi-se o namoro e ficaram os e-mails.

Não vou falar do drama que é esquecer a senha das redes sociais. Isso acontece comigo e posso “sumir” por uns dias do online. Nem vou me estender sobre o quão antipática posso parecer quando a visita me pede o wi-fi de casa – pois eu nunca respondo de bate-pronto.

Em conversa com um amigo, perguntei se ele sofria com isso. Ele, que invariavelmente esquece a chave de casa dentro de casa e precisa pular o muro para entrar no aconchego do lar, me respondeu um solene: “Não!”. Disse fazer associações com as placas de carro que já teve. Agradeci a dica, sem fazer ideia de qual seja a placa do meu carro. É como diz aquele ditado: “Cada um sabe onde o calo aperta”. O meu problema é que eu adoro um salto alto!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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