Pesquisa realizada pela “The Banker”, instituição que desde 1970 realiza um ranking mundial no setor bancário elencando as 1000 melhores operações bancárias, mostra a possível recessão na economia dos EUA pode não afetar pesadamente os “Bancões”.
Segundo a pesquisa, os principais bancos do mundo estão mais fortes no pós-pandemia. O baque foi grande, os hábitos de consumo das populações ao redor do mundo se alteraram da noite para o dia, mas os sistemas dos bancos suportaram a mudança. Mesmo com toda essa mudança, pela primeira vez, as 1000 instituições financeiras que compõem o ranking fecharam o ano (2021) com saldo superior a USD 10 Trilhões de capital Nível 1 (Tier 1), que é o capital referente à reserva de longo prazo, ações e lucros/resultados acumulados.
Após a crise de 2008, o Acordo de Basileia 3 trouxe muitas mudanças para o setor bancário a fim de aumentar a robustez do sistema como um todo e, com resultados desse porte, não há dúvidas de que vêm funcionando. Mesmo com todo o cenário de alta inflação ao redor do mundo todo, responsável por deteriorar o poder de compra da população e diminuir sua capacidade de poupar capital, o aumento de juros global melhora a lucratividade do setor bancário.
Dos 10 primeiros colocados no ranking, há 5 bancos chineses e apenas 4 bancos dos EUA. O líder absoluto é o ICBC (Banco Industrial Comercial da China), com incríveis USD 500 Bilhões, seguido de mais 3 conterrâneos. Na América Latina, o Itaú é o líder com USD 26,90 Bilhões, seguido por Banco do Brasil, Bradesco e Caixa, respectivamente. Precisaríamos somar o capital Nível 1 de todos esses quatro bancos brasileiros e multiplicar por 5,50 (cinco vezes e meia) para dar o que o ICBC possui de capital Nível 1.
A pesquisa e o ranking foram finalizados antes do início da guerra entre Rússia e Ucrânia e, para Conrado Rocha, sócio e gestor da Polo Capital, a inflação global ainda será sentida pelas famílias e empresas ao redor do mundo. Questões como inadimplência no pagamento de créditos e até mesmo calotes são problemas em potencial que os bancos precisam acompanhar de perto.